Jerónimo culpa PS por eventual vitória PSD/CDS no domingo

“Venham”, apela o secretário-geral do PCP. Partido liderado por António José Seguro (primeiro) e António Costa (agora) não foi capaz de enfrentar o Governo.

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Jerónimo participou neste sábado num encontro da CDU em Lisboa Enric Vives-Rubio

Na coligação PCP/PEV podem até não querer dar importância pública às sondagens e outros estudos de opinião que se foram fazendo ao longo destas duas semanas de campanha, mas Jerónimo de Sousa mostrou esta quinta-feira à noite que não lhe são indiferentes.

De tal forma que mudou ligeiramente o seu discurso e, esta noite num comício na Voz do Alentejo, na Quinta do Conde (Sesimbra), até se esforçou por empurrar para o PS a responsabilidade por uma eventual vitória da coligação Portugal à Frente no próximo domingo. “Se PSD e CDS perderem a maioria absoluta, essa derrota não resultou da campanha eleitoral, resultou da luta travada muito antes pelos trabalhadores e pela população portuguesa”, apontou Jerónimo de Sousa. E sem louros para o PS.

“Eles [coligação PSD/CDS] pareciam estar de pedra e cal. De pedra e cal porque entretanto neste período o PS desapareceu. O PS encolhido, o PS das chamadas abstenções violentas, dizendo até por vezes que o PCP é apenas um partido de protesto e que não tem a dimensão de poder”, afirmou Jerónimo de Sousa.

Em resposta às críticas dos socialistas, admitiu que a CDU é um “partido de protesto”. “Somos um partido de protesto, honramo-nos muito de ser um partido de luta que nas horas mais difíceis está sempre com fôlego.”

Jerónimo de Sousa admite que PSD e CDS possam perder a maioria absoluta - o que já é um passo à frente do que o líder comunista dizia há uma semana, quando se referia à “grande derrota” e “à expulsão” de PSD/CDS dpo Governo.

“Quem teme o crescimento da CDU? Os partidos da política de direita, os grupos económicos, o grande capital, os banqueiros, porque somos a única força que pode bulir com os seus interesses, que pode levar a que os trabalhadores e o povo tenham o direito de ter direitos e não serem sugados pelo grande capital.”

No discurso do apelo ao voto, o secretário-geral comunista defendeu que, no domingo, o voto na CDU “é o voto de todos quantos querem derrotar o Governo PSD/CDS, o voto em quem combateu sem hesitações o actual Governo”. Acrescentou que a CDU tem gente “séria” que “não desiste de Portugal” e coloca os interesses nacionais à frente dos projectos.

“Façamos a nossa parte, façamos mais do que a nossa parte porque a nossa luta é profundamente justa. Lutemos por um país mais rico”, disse Jerónimo, que avisou que cada militante não se deve apenas "orgulhar por votar na CDU", mas antes tentar "arranjar mais um voto, mais um amigo". "Façam o vosso trabalho porque estão no sítio certo. Vale a pena lutar com esta - e por esta - CDU".
 

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