Dilma quer Conselho de Segurança "mais representativo, legítimo e eficaz"

Discurso da chefe de Estado brasileira na Assembleia Geral da ONU marcado por apelo ao aumento do número de membros permanentes e não permanentes.

Foto
Dilma disse que “a maioria dos Estados-membros não quer que uma decisão a esse respeito possa ser adiada” Carlo Allegri/Reuters

A Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, criticou o papel das Nações Unidas na resolução de conflitos internacionais e apelou a “uma reforma abrangente das suas estruturas”. O recado ficou dado: o Brasil quer ser membro permanente do Conselho de Segurança e exige a abertura do órgão a mais países, para o tornar “mais representativo, legítimo e eficaz”.

“Necessitamos de uma ONU capaz de fomentar uma paz sustentável no plano internacional e de actuar com presteza e eficácia em situações de crise, guerras regionais localizadas e quaisquer actos contra a humanidade”, disse a chefe de Estado do Brasil – que, por tradição, é sempre a primeira figura a discursar na abertura de uma nova Assembleia Geral da ONU.

Dilma Rousseff disse que os conflitos no Médio Oriente e no Norte de África e a “expansão do terrorismo que mata homens, mulheres e crianças e destrói património da humanidade” é sinal de que a ONU “está diante de um grande desafio”.

“Esse inquietante pano de fundo impõe-nos uma reflexão sobre o futuro das Nações Unidas e exige-nos agir concreta e rapidamente”, afirmou a Presidente brasileira, dando como exemplo o seu próprio país: “O Brasil é um país de acolhimento. Recebemos sírios, haitianos, homens e mulheres de todo o mundo, árabes e asiáticos. Somos um país multiétnico, que convive com as diferenças.”

Rousseff disse esperar que a 70.ª Assembleia Geral da ONU “entre para a história como ponto de inflexão na trajectória das Nações Unidas”, com “resultados concretos no longo, e até agora inconcluso, processo de reforma da organização”.

“O seu Conselho de Segurança necessita ampliar os seus membros permanentes e não permanentes”, concluiu, afirmando que “a maioria dos Estados-membros não quer que uma decisão a esse respeito possa ser adiada”.

Sugerir correcção
Comentar