Passos e Portas tentam seduzir eleitores tradicionais do PSD e do CDS

Coligação Portugal à Frente teve uma boa mobilização no distrito de Braga.

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Fotos: Miguel manso
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Tanto o PSD como o CDS tinham perdido a autonomia na campanha da coligação Portugal à Frente. Até esta noite de domingo, num comício em Braga. Passos Coelho e Paulo Portas dirigiram-se ao “eleitorado tradicional” de cada um dos partidos. E à classe média. Um esforço para combater a abstenção, que foi eleita o maior adversário da coligação.

Perante uma plateia de mais de mil pessoas, o líder do PSD começou por insistir na mensagem da inevitabilidade das medidas difíceis tomadas pelo Governo. E falou para o eleitorado do seu partido para garantir que a social-democracia se mantém. “O facto de termos enfrentados situações muito difíceis não alterou a matriz do meu partido”, afirmou. A crise chegou a todos: “Acho que nenhum de nós que esteve no Governo deixou de ter alguém na família que tenha sido afectado no salário, no emprego ou na pensão. Eu tenho de tudo isso na minha família”. 

Numa sala cheia, que ficou em silêncio durante dez minutos à espera que o primeiro-ministro falasse em directo para um canal televisivo, o fantasma da instabilidade política e económica voltou a ser agitado. Desta vez, Passos não pediu uma maioria, mas sim “estabilidade para governar”. E justificou por que razão não usa o qualificativo “absoluto”: “Em democracia, esse poder não existe e ainda bem”.

Já antes o líder do CDS se tinha dirigido directamente ao “eleitorado tradicional” do seu partido: “A minha gente não quer a instabilidade e teme o caos político, e não quer o Governo dependente de partidos que defendem que Portugal deve sair do euro". E desafiou os eleitores que no próximo domingo pensam ficar em casa: “Basta irmos todos e ganharemos”.

Num dia em que não houve jantar mas apenas comício, a campanha da coligação Portugal à Frente começou com uma calorosa recepção em Vizela e Guimarães que deu a oportunidade a Passos Coelho para deixar uma mensagem de folêgo à caravana, mas também um apelo à maioria. Aí sim, adjectivada: “grande e boa”.

Num púlpito improvisado em Guimarães, num centro urbano que é património mundial e depois de ter feito um pequeno percurso a pé, o líder da coligação falou de como a “campanha vai em crescendo” e com uma mobilização “muito grande”. O discurso virou-se para as perspectivas de um futuro em que Passos quer centrar-se nas “oportunidades para todos”. E dirigiu-se aos desempregados, apelando a que agora “não se deite tudo a perder”. Durante o percurso, um homem tentou aproximar-se e gritou “gatuno”, mas foi afastado pelos apoiantes. Foi um incidente isolado que nem chegou a perturbar o cortejo. Deitaram-se confetti das varandas e foi-se sempre ouvindo os gritos de “vitória, vitória”. Mas Passos Coelho refreou os ânimos, numa frase que seria repetida ao longo do dia: “As sondagens não votam”. “Daqui até às eleições andamos com a alma cheia com o apoio que sentimos no país, mas não andamos com o rei na barriga”, advertiu. Mais uma vez veio a palavra maioria que já andava na boca dos líderes, mas desta vez com outros qualificativos. A coligação está a trabalhar para que o dia 4 de Outubro possa trazer “uma grande vitória e uma boa e grande maioria para Portugal”.

Em Vizela, a caravana escolheu um centro comercial ao ar livre para a primeira acção da manhã. Passos Coelho esteve numa esplanada com os candidatos pelo distrito de Braga, liderados Jorge Moreira da Silva e Telmo Correia. Perguntou como está a decorrer a campanha no distrito e recebeu boas notícias. Mas é certo que o líder da distrital do CDS de Braga, Altino Bessa, não está a fazer campanha e não compareceu este domingo, depois de ter contestado a escolha dos candidatos do CDS pelo distrito.

Passos Coelho pede uma maioria “boa e grande”

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