Polícia turca detém suspeitos do naufrágio de Alan Kurdi

Dois homens ficaram detidos e um terceiro libertado após o pagamento de caução.

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Alan Kurdi morreu aos três anos Família Kurdi/Reuters

As autoridades turcas anunciaram ter detido duas pessoas ligadas ao naufrágio em que morreu Alan Kurdi, a criança síria cujo corpo morto fotografado numa praia serviu como um choque para acordar o mundo para o drama dos refugiados que fogem da guerra naquele país e tentam chegar à Europa.

Os suspeitos que o jornal Hürriyet diz terem sido identificados como Cebrail E. e Burhan Y., foram presos na quarta-feira sob a acusação de “causarem deliberadamente a morte” e “tráfico de migrantes” num naufrágio em que morreram 12 pessoas. Um terceiro suspeito foi detido, mas libertado após pagamento de caução.

Foi em Bodrum que se deu o naufrágio que matou a família Kurdi – a mãe e o irmão de Alan também morreram, só sobreviveu o pai. Esta estância balnear da chamada Riviera turca tornou-se um ponto de convergência dos refugiados sírios, um dos locais onde tentam apanhar uma embarcação para cruzar o Mediterrâneo e chegar à Grécia.

Para isso, pagam enormes somas a traficantes que rondam pelo bairro sírio de Bodrum. O preço chega facilmente a 10 mil euros por pessoa, diz o Hürriyet. Há toda uma economia que despontou em torno dos refugiados, que alimenta não só os traficantes de pessoas como também as lojas que vendem coletes de salvação, por exemplo – o que faltou às crianças da família Kurdi.

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