Portugal exportou mais 40% de bicicletas em 2014 e já é o terceiro produtor europeu

Vendas para o exterior têm vindo a subir, e superam importações.

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Sérgio Azenha

As exportações de bicicletas feitas em Portugal dispararam mais de 40% em 2014, em relação ao ano anterior, com cerca de 1,4 milhões de unidades vendidas, segundo dados do INE. Estes valores vêm depois de uma queda de dois anos consecutivos. Em 2011 as vendas de bicicletas para o exterior caíram 9% e no ano seguinte 6%.

Espanha e França são os principais destinos das exportações desta indústria portuguesa, mas a seguirem rotas diferentes: as compras pelo país vizinho, historicamente o maior comprador, estão em queda pelo menos desde 2010 (menos 9%), enquanto os franceses compraram em Portugal um número recorde de unidades (mais de 400 mil) e que representam um crescimento de 68% em relação ao início da década.

A própria empresa francesa, Decathlon, tem em Portugal alguma actividade na produção de bicicletas. Marcas como a Btwin, Tribord ou Quechua são exemplos do que é produzido no território nacional. A partir daqui parte 30% das quantidades vendidas pela empresa.  Para além disto, há também empresas portuguesas que fabricam peças exclusivamente para o gigante francês, como empresa RTE.

O presidente da Abimota Paulo Rodrigues explica que em Espanha o mercado está ainda muito centrado em bicicletas para desporto e lazer, não havendo ainda disponibilidade para o consumo de objectos para mobilidade. Assim sendo, o que lhe é vendido tem-se tornado menos significativo. 

Em termos globais, o ano de 2015 promete entretanto bater um novo recorde. Nos primeiros cinco meses deste ano, o país já vendeu mais 171.168 unidades face ao mesmo período do ano passado. Com as exportações a crescer, Portugal tornou-se, no ano passado, o terceiro maior produtor de bicicletas na Europa, com aproximadamente 1,5 milhões de unidades produzidas, apenas atrás da Alemanha e de Itália.

Para os mercados internacionais, as empresas portuguesas estão sobretudo a trabalhar em subcontratação para grandes marcas internacionais, como é o caso da Polisport ou da Órbita, por exemplo.

Neste último caso, a empresa de Águeda envia para o estrangeiro 80% das bicicletas produzidas. Há 44 anos no mercado, o fundador da marca, Aurélio Ferreira, diz que “o negócio não está tão bom como se apregoa”. O fundador fala do retrocesso do mercado em Angola e garante que “a maior parte das empresas em Portugal são apenas montadoras de peças que vêm de países como a China”.

Aurélio Ferreira remata dizendo que a produção é muito superior às vendas no mercado nacional.

As importações, por sua vez, conseguiram atingir o valor mais baixo dos últimos três anos, com uma diminuição de aproximadamente 20% em relação ao ano de 2013. Esta tendência na diminuição das importações de bicicletas começou em 2012 e até agora não abrandou.

No entanto, sinal contrário é o que foi dado nos meses entre Janeiro e Maio de 2015, verificando-se que as importações já aumentaram ligeiramente. No período referido de 2014 foram importadas 31.419 unidades enquanto nos mesmos meses deste ano subiram para 42.246. Texto editado por Lurdes Ferreira

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