APDL pretende investir mais de 75 milhões de euros no rio Douro

Melhoria da via navegável é resposta ao aumento do turismo no Douro e tenta captar mais mercadorias.

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O plano de desenvolvimento da via navegável implicará a modernização das eclusas nas barragens do Douro Manuel Roberto

A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) pretende investir nos próximos cinco anos mais de 75 milhões de euros na melhoria das condições de navegação do Rio Douro. Dois dos objectivos deste projecto passam por tornar o rio navegável durante 24 horas por dia, e mais apetecível para o transporte de mercadorias.

A gestão da Via Navegável do Douro, nos seus 220 quilómetros de extensão, até Barca d’Alva, é a mais recente atribuição da APDL, que viu aprovado a 10 de Julho um financiamento de 2,3 milhões de euros, metade do necessário para uma primeira fase de estudos que definirão, até meados do próximo ano, que obras é preciso fazer no canal. Os 75 milhões de euros são um valor de referência para algumas intervenções dadas como certas, mas os valores exactos só no final desta fase serão conhecidos.

O presidente desta empresa pública, Emílio Brogueira Dias, apresentou as linhas gerais do plano e intervenções a realizar no rio durante uma curta viagem num navio-hotel, entre o Cais de Gaia e a novo terminal de Cruzeiros de Leixões, que foi esta quinta-feira inaugurado. A viagem, para dezenas de convidados, permitiu apreciar o projecto do Arquitecto Luís Pedro Silva no molhe Sul de Leixões a partir do mar, numa perspectiva a que só os turistas dos cruzeiros e os marinheiros que frequentam o porto têm acesso.

Esta viagem foi possível porque o novo terminal tem um cais fluvio-marítimo, para que os navios-hotéis possam ir a Leixões buscar os clientes para os seus cruzeiros no rio. O Douro vem sendo cada vez mais procurado e, no ano passado, atraiu 600 mil turistas. A APDL acredita que há potencial de crescimento, quer no sector da navegação em lazer, quer no transporte de mercadorias, mas para isso vai ser preciso investir no alargamento e aprofundamento do canal em alguns troços – sendo que a EDP ainda terá de pagar os danos que a Barragem de Foz-Tua provocou na navegabilidade nessa zona.

Todo o canal está a ser estudado pelo Instituto Hidrográfico, e vai ter uma nova carta de navegação. Um dos investimentos passará pela instalação de um RIS (River Information System), que permitirá dotar os barcos de meios electrónicos de navegação com GPS e criar um verdadeiro sistema de segurança com ligação online às autoridades locais, melhorar o controlo metereológico e fazer uma gestão de tráfego com o nível de fiabilidade que já existe hoje em Leixões.

Melhorada a segurança na navegabilidade, haverá também um investimento de modernização das eclusas, para que mais barcos possam atravessar as várias barragens existentes na via navegável. Segundo Brogueira dias, estas obras deverão ser realizadas ao abrigo de uma parceria entre a EDP e a APDL, para que possam também ser candidatáveis a fundos comunitários.

Presente nesta apresentação, o secretário de Estado do Turismo considerou que este investimento é essencial para o reforço do Douro, e do Norte, como destino turístico. “A procura já existe, assinalou, só precisamos de dar condições para que os operadores melhorem a oferta existente”, notou o responsável político pelo sector que, no país, registou um acréscimo de receitas de 35% nos últimos quatro anos.  

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