Sete em cada dez famílias portuguesas já separam embalagens

Estudo realça evolução positiva nos hábitos de reciclagem dos portugueses.

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Nelson Garrido

Os lares portugueses onde se separam as embalagens usadas, para posterior reciclagem, já são 71%, tendo esta percentagem aumentado dois pontos face a 2011, anunciou a Sociedade Ponto Verde (SPV). Este dado faz parte do estudo Hábitos e atitudes face à separação de resíduos domésticos 2015, divulgado esta quinta-feira na Câmara de Lisboa.

Durante a apresentação dos resultados, o director de marketing da SPV, Mário Raposo, fez saber que as famílias que separam materiais recicláveis de todas as tipologias (separadores totais) nos ecopontos, aumentaram de 47%, em 2011 — ano do estudo anterior —, para 59%, e que hoje apenas 12% separam só “uma ou duas coisas” (separadores parciais). 

A figura feminina responsável pelo agregado familiar é considerada “relevante” na adesão à separação de resíduos tanto por separadores totais (47%) como por parciais (49%). Em cerca de 25% das casas já se faz sentir a “pressão” de jovens e crianças para separar os resíduos. O que faz com que seja “uma questão de tempo” até estes lares “cederem”, e ganharem hábitos de defesa do ambiente, garante o director de marketing da SPV.

Ainda de acordo com o estudo, a distância a percorrer entre os lares e o ecoponto mais próximo foi apontada como um dos aspectos mais negativos (43%) da separação de embalagens. 

No distrito de Lisboa, a adesão ao processo de separação de embalagens usadas atinge 79%, seguindo-se Leiria, com 75%.Em Lisboa, 67% das 633 famílias observadas fazem a separação doméstica de embalagens usadas de forma total, ou seja, sem quaisquer erros, enquanto 21% não faz qualquer tipo de separação.

Do total dos inquiridos, 42% afirma que a crise económica teve impacto sobre os seus hábitos alimentares, com a racionalização dos consumos de energia e de água. Os efeitos da crise sobre os hábitos alimentares são mais referidos em Setúbal e estão acima de 40% em Lisboa, Coimbra, Castelo Branco, Porto e Santarém.

“A contribuição para uma melhoria da qualidade do ambiente é o benefício mais associado à separação doméstica de embalagens”, salienta a SPV, especificando que atinge 91% no caso dos separadores totais e parciais e 78% nos não separadores.

Taxa sobre sacos de plástico
No âmbito da campanha Missão Reciclar, em Lisboa, foram também realizados 6103 inquéritos com o objectivo de compreender se a taxa sobre os sacos de plástico alterou os hábitos de separação e, por outro lado, qual a forma utilizada pelas pessoas para levarem as suas embalagens usadas para o ecoponto. De acordo com os resultados obtidos, “a maioria (46%) continua a utilizar os sacos das compras para o fazer e, entre as respostas obtidas, é referida ainda a utilização de sacos reutilizáveis (23%) ou a utilização de outros sacos (13%)”.

O estudo Hábitos e Atitudes face à separação de resíduos domésticos 2015 resultou de 3529 entrevistas, realizadas entre 5 de Dezembro de 2013 e 16 de Maio de 2015, em 15 distritos de Portugal Continental, e representam 3.759.729 alojamentos. Texto editado por Álvaro Vieira
Com Lusa

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