As mais imprevisíveis de todas as eleições em Espanha

Quase todas as regiões e todos os municípios de Espanha votam no domingo. Depois do escrutínio, os partidos vão ter de negociar.

Um mapa muito fragmentado e ainda indefinido a quatro dias das eleições municipais e regionais espanholas, com várias sondagens a anteciparem empates técnicos nas câmaras das principais cidades. Espanha nunca viu tanta imprevisibilidade. Há muitos indecisos, mas a grande novidade vem dos novos partidos, o Podemos e o Ciudadanos, e das candidaturas de movimentos cívicos, que ameaçam municípios onde o Partido Popular ou PSOE nunca tiveram concorrência. Quem vai governar Madrid? Barcelona? A comunidade de Valência?

O grande derrotado de domingo será o PP do primeiro-ministro Mariano Rajoy, que deverá perder sete maiorias absolutas e manter apenas uma, Castela y León, segundo as sondagens do Centro de Investigações Sociológicas. Em Castela La Mancha, um cenário diferente: depois de 30 anos de governos PP ou PSOE, os populares vão chegar em primeiro, os socialistas em segundo, mas nenhum poderá governar sem o Podemos ou os Cidadãos. Em Aragão, o Podemos deverá ser segundo, com o PP a manter o primeiro lugar mas a perder muitos votos, e os eleitores a dizerem que querem um governo de coligação (72%), de acordo com a sondagem do instituto Metroscopia para o diário El País.

O mesmo jornal antecipa um empate técnico entre a lista apoiada pelo partido de Pablo Iglesias e o PP na câmara da capital. Em Barcelona, a plataforma apoiada pelo Podemos, mas também pela Esquerda Unida, e liderada por Alda Colau, pode ser mais votada que o actual presidente da câmara, Xavier Trias, da Convergência (partido de Artur Mas, que governa a Catalunha). Quem governará ninguém sabe.

Já na comunidade de Madrid, o PP (36 lugares) será o mais votado no parlamento autonómico mas ver-se-á obrigado a negociar com o Ciudadanos, de Albert Rivera (29 deputados), para formar governo, cenário idêntico ao antecipado para a comunidade valenciana. Do que não há dúvidas é que onde antes cabiam duas formações (ou três, com pequenos grupos parlamentares da Esquerda Unida ou de partidos nacionalistas), como na Extremadura, agora vão caber cinco forças políticas, com a entrada do Podemos e do Ciudadanos.

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