Dirigentes sindicais da PSP acusados de desvio de 16 mil euros

Presidente e vice-presidente do Sinapol acusados pelo Ministério Público de abuso de confiança. Em causa estará o desvio de subsídios do Programa Operacional da Administração Pública. Ambos requereram instrução do processo para evitar ida a julgamento.

Foto
O alerta para o incidente foi dado às 12h47 Rita Chantre

Dois dirigentes do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) foram recentemente acusados pelo Ministério Público (MP) de se terem apropriado de 16.891,11 euros “provenientes de subsídios do Programa Operacional da Administração Pública (POAP)” durante o ano de 2006, de acordo com uma nota do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa que investigou o caso. No processo, são arguidos o presidente do Sinapol, Armando Ferreira, e o vice-presidente Marcelo Pinto, que o PÚBLICO tentou contactar sem sucesso. Já Armando Ferreira preferiu não se pronunciar. Estão ambos acusados de um crime de abuso de confiança qualificada.

De acordo com o jornal i, que citou a acusação do MP, os dois dirigentes terão usado em proveito próprio montantes que se destinavam exclusivamente ao pagamento de formações destinadas a agentes da PSP. Os arguidos já requereram há cerca de duas semanas a abertura da instrução no processo com vista a não serem pronunciados e evitar a ida a julgamento.

“Os arguidos retiraram os montantes acima descritos para proveito próprio e do Sinapol para fim alheio ao que se destinava. Os arguidos agiram com o propósito concretizado de se apoderarem dos montantes acima referidos, bem sabendo que não lhes pertenciam e que apenas lhes foram entregues para pagamento de despesas elegíveis das formações”, refere o despacho de acusação. Entre 2006 e 2007, o sindicato recebeu mais de 110 mil euros divididos em quatro entregas.

Face à notícia, a direcção do Sinapol salientou em comunicado que aquele montante “está perfeitamente identificado e alocado a despesas tidas em 2006 com a formação, confirme auditoria da Inspecção-Geral de Finanças efectuada à ordem do próprio POAP e que já foi prontamente remetida como prova de defesa pelos advogados do Sinapol para o tribunal”. O sindicato reafirmou a confiança no presidente e vice-presidente considerando que está em curso uma “campanha difamatória e de vingança, pela sua incessante actividade sindical na defesa dos direitos dos polícias”.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários