Seguranças armados assaltaram os CTT de Braga enquanto a GNR os vigiava

Estavam a ser investigados há três meses por assaltos a residências no norte do país. Por falta de condições de segurança, os investigadores esperaram e interceptam o grupo já no centro da cidade. Um suspeito está ainda em fuga.

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PSP apreendeu armas, munições e droga Fernando Veludo/NFactos

O assalto ao pavilhão dos CTT Expresso, na noite desta quinta-feira, foi acompanhado de perto por elementos da investigação da GNR. Enquanto os seis homens armados assaltavam o pavilhão, no exterior vigiava-os um carro descaracterizado da polícia que já os seguia há muito tempo.

Naquele armazém, situado no Mercado Abastecedor da Região Norte, em Celeirós, Braga, costuma ser guardado muito dinheiro, facto de que os assaltantes teriam conhecimento. São aliás, descritos como um grupo altamente organizado que costuma estudar os locais que depois assalta. Os investigadores suspeitam também de que alguém ligado ao pavilhão dos CTT poderá ter colaborado com o grupo, dando-lhe informações sobre os turnos e as ocasiões em que haveria mais dinheiro guardado.

Já no interior do pavilhão, os suspeitos, armados com duas pistolas, deram dois tiros para o ar e ordenaram aos 12 funcionários presentes para se deitarem no chão. Levaram depois cerca de 30 mil euros e fugiram do local.

O assalto ocorreu pelas 20h30 e a GNR preferiu não agir por não existirem as condições de segurança necessárias. No carro da GNR estavam dois elementos enquanto o grupo contava com seis homens, confirmou ao PÚBLICO o sargento Vieira do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Braga. Os suspeitos estão ligados à segurança em casas de animação nocturna em Braga, nomeadamente discotecas e boîtes. Alguns exercem a actividade de segurança sem estarem legalizados.

A GNR colocou logo em marcha uma operação para interceptar os suspeitos. Quatro deles foram apanhados no centro de Braga pelas 22h30 ainda quando seguiam num automóvel. Foram apanhados de surpresa e não reagiram. Um quinto suspeito foi depois detido já quando tinha chegado a casa, também em Braga. O sexto está ainda em fuga mas a GNR está no seu encalço com uma operação que conta com vários efectivos da investigação criminal. “Sabemos que ainda está em Portugal e estamos convictos de que será detido ainda hoje [sexta-feira]”, disse o mesmo responsável da GNR.

Durante a acção policial, os investigadores apreenderam mais de 15 mil euros provenientes do assalto. Os investigadores acreditam que o homem ainda em fuga terá o montante restante assim como as duas pistolas usadas durante o assalto. Foram ainda apreendidos dois carros, luvas, gorros passa-montanhas, telemóveis, munições e equipamentos de comunicações vulgarmente conhecidos como walkie-talkies.

Este grupo está a ser investigado já há cerca de três meses, mas o primeiro registo de crime de que são suspeitos terá surgido já há um ano. Todos têm cadastro por crimes violentos, entre eles assaltos e roubos, mas mais recentemente são conhecidos das autoridades por inúmeros assaltos a residências no norte do país. Era por este motivo que já estavam a ser investigados.

Quase todos o suspeitos terão já cumprido penas de prisão no passado também por esses crimes. Os detidos, com idades entre os 26 e os 46 anos, estão esta sexta-feira a ser inquiridos por um juiz de instrução criminal no Tribunal de Guimarães que deverá entretanto decretar as medidas de coacção a que ficarão sujeitos até ao julgamento.

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