Sindicato quer OIT a avaliar situação dos trabalhadores da construção em Angola

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Manuel Roberto

“Lamentavelmente, em termos institucionais, esta situação devia ter sido evitada. Solicitámos uma audiência no dia 31 e até hoje o embaixador não respondeu. É inadequada esta atitude para um diplomata”, afirmou o presidente do Sindicato da Construção, Albano Ribeiro.

Num encontro com jornalistas, em frente à embaixada de Angola em Lisboa, Albano Ribeiro falou dos problemas laborais em Angola, afirmando que afectam “dezenas de milhar” de portugueses que estão a viver em instalações sociais com más condições e a sofrer reduções de salário ou atrasos no pagamento destes.

“Agora é Verão em Angola e sabemos que há milhares de trabalhadores a viver em contentores, sem ar condicionado, e que comem e dormem nos mesmos locais, o que é inadmissível”, contou o presidente do sindicato.

Para exemplificar o “desrespeito” institucional do embaixador, o presidente do sindicato contou ter solicitado também uma audiência ao embaixador do Canadá, país onde as “lesões” em termos laborais não são tão graves como em Angola: “Solicitamos a audiência em 11 de Fevereiro e no dia seguinte confirmaram que nos iam receber hoje”.

Outro dos problemas denunciado pelo sindicato é o recurso pelo Governo Angolano a mão-de-obra chinesa, mais barata, mas que na opinião de Albano Ribeiro não tem a capacidade técnico-profissional dos trabalhadores portugueses. Ao nível da concorrência, “as empresas portuguesas idóneas estão a ter dificuldade em concorrer com as empresas chinesas”, denunciou o sindicalista.

Os dois sindicalistas e os jornalistas presentes no encontro desta quinta-feira com o sindicato foram todos identificados pela polícia, que justificou a necessidade de identificação com o facto de estarem a recolher o depoimento do sindicato, apesar de o terem feito a vários metros da entrada da embaixada.

Também um dos funcionários da embaixada, alegadamente segurança, tentou impedir os operadores de imagem de filmarem a fachada do edifício.

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