Comandante do Costa Concordia condenado a 16 anos de prisão

Foi considerado culpado do naufrágio que matou 32 pessoas.

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Francesco Schettino ALBERTO PIZZOLI/AFP
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O Costa Concordia junto à ilha de Giglio REUTERS/Tony Gentile

A justiça italiana condenou o comandante do cruzeiro Costa Concordia, Francesco Schettino, a 16 anos de prisão pelo naufrágio que causou a morte a 32 pessoas, em 2012.

Schettino, para quem o Ministério Público tinha pedido 26 anos de prisão, foi considerado culpado de homicídio involuntário. O arguido não esteve presente no tribunal da cidade de Grosseto para a leitura da sentença. Mas no último dia do julgamento, que durou 19 meses, fez uma declaração final ao juiz, insistindo que era apenas um bode expiatório. “A responsabilidade pelo naufrágio foi toda atirada para cima de mim, sem o mínimo respeito pela verdade dos factos ou a memória das vítimas”, lamentou.

A defesa de Schettino, que admitiu ter cometido erros mas sempre negou a acusação, fez saber que vai recorrer da sentença, o que quer dizer que poderão passar vários anos até a pena de prisão ser efectivamente cumprida, se for ratificada por um tribunal superior.

O naufrágio do Costa Concordia foi o mais grave desastre marítimo das últimas décadas na Europa. O acidente aconteceu ao cair da noite de 13 de Janeiro de 2012, horas depois da embarcação, de 290 metros de comprimento, ter zarpado do porto de Civitavecchia, para a conclusão do seu circuito pelo mar Mediterrâneo. Depois de decidir fazer uma manobra de “saudação” à ilha de Giglio, o comandante não foi capaz de evitar a colisão contra formações rochosas, que levou o navio a perder a propulsão e adornar com um rombo no casco.

Com o caos instalado na sala de comando, Schettino não só demorou a emitir o pedido de socorro e a ordenar a evacuação do navio, como ignorou as leis marítimas e pôs-se a salvo quando centenas de pessoas ainda aguardavam o resgate. Já em terra terá resistido a várias ordens para regressar a bordo e concluir a evacuação. O Costa Concordia levava mais de 4000 pessoas a bordo.

Propriedade de uma das maiores empresas de cruzeiro da Europa, o Costa Concordia, de 290 metros de comprimento, operava há apenas seis anos quando naufragou. Após mais de um ano adornado junto a Giglio, o navio foi reerguido em Setembro de 2013 e, em Julho do ano seguinte, foi rebocado para o porto de Génova, a fim de ser desmantelado. Só meses depois o corpo da última das 32 vítimas foi localizado no seu interior.

Além de Francesco Schettino, foram acusadas outras oito pessoas por crimes de negligência no naufrágio.


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