A incógnita Rui Rio

Ex-presidente da Câmara do Porto pode entrar na corrida para a liderança do partido, mas ninguém acredita que avance antes das legislativas.

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Rui Rio Fernando Veludo/NFactos

A oito meses das eleições legislativas, Rui Rio pode estar a preparar o seu regresso à vida política activa. O ex-presidente da Câmara do Porto tem tentado conciliar a sua agenda profissional com convites para participar em iniciativas de cidadania e em acções de divulgação das suas ideias, onde deixa clara a sua disponibilidade para voltar a ter um papel activo na vida política e assumir as responsabilidades mais executivas ou mais representativas.

“Rui Rio está a fazer tudo para criar o seu espaço e lá para Abril ou Maio começa a perspectivar o que quer fazer e o contexto vai ser fundamental para a sua decisão”, afirmou ao PÚBLICO um dirigente social-democrata. A mesma fonte sustentou, no entanto, que “será uma insensatez” se avançar com o “PS a não descolar nas sondagens e se na altura a conjuntura internacional for favorável às políticas do Governo”. “Está tudo em aberto nesta altura”, afirma.

Embora seja desejado por muitos para protagonizar uma candidatura presidencial, Rio está na corrida para a liderança do partido se Passos tiver um mau resultados nas legislativas deste ano. Desde que deixou a presidência da Câmara do Porto, em Outubro de 2013, o ex-secretário-geral do PSD tem tido alguma atenção mediática e nas iniciativas em tem participado tem manifestado disponibilidade para regressar.

Há dias numa conferência, em Sintra, prometeu que “vai estar atento” ao desejo das pessoas. “Se sentir que realmente há um desejo muito grande das pessoas de eu poder voltar à vida pública, então, provavelmente, não irei defraudar as pessoas”, prometeu o ex-autarca, explicitando que, se não sentir que existe “essa força”, continuará na sua actual vida profissional e cívica.

Amorim Pereira, vereador do PSD na Câmara do Porto e ex-presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do partido, diz que “neste momento não está em causa a liderança do PSD”, até porque as sondagens de que tem conhecimento “afirmam a tranquilidade da liderança do partido”.

“Neste momento, Rio está a fazer aquilo que qualquer outro político faria que é mostrar-se activo”, observa Amorim Pereira ao PÚBLICO, destacando as características do ex-autarca, que “encarna um tipo de personalidade desprendida e de seriedade”. “Rui Rio tem alguma boa imagem e apesar de ter tido uma vida política activa, não se desgastou”, frisa, declarando que, tendo em conta a sua “racionalidade”, o ex-presidente nunca disputará a liderança do partido antes das legislativas.

Um ex-ministro do PSD aponta-lhe a imagem de credibilidade que ganhou enquanto autarca, fruto da sua forma de estar, a coragem, porque ganhou a Câmara do Porto contra lobbies fortíssimos. Acrescenta-lhe a determinação, o sentido do dever público, a honestidade e a capacidade. “As pessoas vêm nele estas mais-valias no sentido de uma função executiva e não propriamente numa função representativa”, frisa, referindo que, se o “PSD ganhar as eleições, tudo bem, excelente, se não ganhar, obviamente, penso que Rui Rio é a pessoa indicada para avançar”. E remata com um elogio:” Rio não faz ziguezagues perante os lobbies para cumprir os seus objectivos”.

 

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