Manobras de diversão

À primeira vista, é totalmente despropositado este frenesim de candidaturas a Belém. Afinal, as legislativas são este ano, algures entre o meio de Setembro e meados de Outubro, e a primeira volta das presidenciais em Janeiro do ano que vem. Mas o despropósito da coisa é mera aparência. Aos partidos políticos, sobretudo aos dois grandes do sistema, é muito conveniente este desfilar de nomes, a troca de galhardetes, as discussões inúteis sobre o melhor ou pior timing para se lançarem na corrida. Enquanto se assiste ao folclore, não se fala do essencial – de uma visão para Portugal que englobe o modelo de crescimento, o conteúdo das reformas, a distribuição da riqueza, os direitos sociais… É preciso distrair o povo para evitar compromissos e é por isso que Passos Coelho dá rédea solta, no PSD, a quem quiser alvitrar preferências sobre candidatos, enquanto António Costa, tão reservado sobre o seu programa de Governo, já lançou três nomes para a fogueira. Manobras de diversão.

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