Norte da Serra Leoa confinado durante cinco dias devido ao ébola

Risco de propagação do vírus leva autoridades a impedir circulação entre localidades da região.

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A Serra Leoa é um dos três países africanos mais afectados pelo vírus Baz Ratner/Reuters

Nos próximos cinco dias, o Norte da Serra Leoa vai estar limitado para impedir a propagação do ébola na região, uma medida que vem aumentar as restrições já impostas à população impedida de celebrar o Natal e o Novo Ano, devido à proibição de ajuntamentos públicos por causa da epidemia.

O vice-ministro da Informação e Comunicação do país, Theo Nicol, e um ministro da província do Norte, Alie Kamara, confirmam a medida à AFP. Este não é o primeiro confinamento a que a população da Serra Leoa é submetida. Entre 17 e 19 de Setembro último, mais de 28 mil voluntários foram mobilizados para uma campanha porta-a-porta de alerta para o perigo de propagação do vírus e dos sintomas que este provoca.

A região Norte é a maior das quatro grandes subdivisões administrativas do país africano, antiga colónia britânica com cerca de seis milhões de habitantes. Durante os próximos cinco dias, o comércio estará fechado e os habituais mercados de rua interditos, bem como a circulação entre localidades, apenas permitida para equipas médicas e de apoio ao controlo do ébola, sublinhou Alie Kamara à AFP.

Em plena época natalícia, as “ruas estão desertas e as pessoas permanecem em suas casas”, conta, por sua vez, Felix Koroma, habitante em Makeni, cidade principal na região Norte. No passado dia 12 de Dezembro, autoridades informaram a população que estava impedida de se juntar em grupo para as celebrações do Natal e Ano Novo e outras cerimónias religiosas, como medida de precaução.

Apesar da Serra Leoa ser um país de maioria muçulmana, nesta altura do ano registam-se grandes movimentações da população cristã, à semelhança de outros países africanos.

A epidemia do ébola já provocou, num ano, mais de 7500 mortos, principalmente na Serra Leoa, Libéria e Guiné.

Ao final de quarta-feira, foi avançado pelas agências noticiosas que um funcionário do laboratório dos centros norte-americanos de controlo e prevenção de doenças terá estado exposto ao ébola após um erro de manipulação de material laboratorial com uma amostra do vírus. Para já, o técnico não apresenta sintomas da doença mas será mantido sob vigilância durante os próximos 21 dias, tempo de incubação máximo do vírus.

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