Pedras parideiras de Arouca receberam 60.000 visitas em dois anos

Dez por cento dos turistas são estrangeiros e chegam, sobretudo, de França, Brasil e Espanha

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As pedras parideiras representam um fenómeno geológico único Adriano Miranda

O fenómeno geológico das pedras parideiras é único no mundo. Pequenos nódulos negros, de forma biconvexa “nascem” numa rocha granítica de cor clara e quando se soltam assemelham-se a pedras que saem da barriga de uma mãe.

Este "milagre" da natureza acontece na aldeia da Castanheira, em pleno planalto da Serra da Freita, no concelho de Arouca. Nos últimos dois anos, estes “nascimentos” invulgares receberam 60.000 visitantes portugueses ee strangeiros, sobretudo dos distritos de Aveiro, Porto e Braga. Cerca de 10% do total veio do estrangeiro, maioritariamente de França, Brasil e Espanha. 

As pedras parideiras andavam entregues à sua sorte, sem protecção e sem qualquer explicação para quem não sabia de que se tratava. Muitas nasciam e desapareciam logo a seguir. Tudo mudou no início de Novembro de 2012 depois da recuperação de um antigo curral de vacas que foi transformado num centro de interpretação.

Surgiu assim A Casa das Pedras Parideiras – Centro de Interpretação que inclui um passadiço em torno do afloramento granítico no qual é possível observar, gratuitamente, esse capricho da natureza. No rés-do-chão da casa, fica o auditório onde, por dois euros, se assiste a um documentário em 3D sobre as pedras.

“É um auditório muito particular porque as pedras parideiras abundam nas paredes”, descreve Margarida Belém, vereadora do Turismo da Câmara de Arouca e presidente da direcção da AGA – Associação Geoparque Arouca. “Não é um centro interpretativo com uma grande componente tecnológica, quisemos realçar o fenómeno. É muito simples do ponto de vista de interpretação, precisamente para dar ênfase a esse fenómeno”, acrescenta.

Uma visita guiada educativa aos geossítios da Freita com a Casa das Pedras Parideiras no roteiro custa quatro euros. Preços que não têm afastado a procura de gente de várias idades que chega sozinha, em grupo ou em visitas escolares. Nos últimos dois anos, as pedras parideiras foram observadas por uma média de 82 visitantes por dia. Números que agradam a quem gere o território. “É um excelente recurso que tem melhorado a visitação no planalto da Serra da Freita”, refere Margarida Belém, que considera que a procura deste geossítio comprova que é possível diversificar a oferta turística da região.

 

 

 

 

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