Bloco acusa Governo de fazer "número de propaganda" com décimas de imposto

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A actual direcção aponta os nomes dos deputados João Semedo e Catarina Martins Manuel Roberto

O Bloco de Esquerda acusou este domingo o Governo de ter feito "um número de propaganda eleitoral" no último Conselho de Ministros, fechando-se 18 horas para discutir "décimas de imposto" que nada significam para quem trabalha.

Estas posições foram assumidas pela coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, no final do VII Encontro Nacional do Trabalho deste partido, que decorreu na Escola Secundária Padre António Vieira, em Lisboa.

Na sua intervenção, Catarina Martins referiu-se à maratona de 18 horas para o Governo aprovar esta madrugada em Conselho de Ministros extraordinário a proposta de Orçamento do Estado para 2015.

"Não é sem algum espanto que percebemos que o Governo é capaz de ficar 18 horas fechado numa sala para decidir com quantas décimas de imposto se pode fazer um número de propaganda eleitoral, mas, de facto, sem nunca discutir o essencial. Este Governo preparar-se para apresentar um Orçamento que, do ponto de vista, é em tudo igual aos anteriores", defendeu Catarina Martins.

De acordo com a coordenadora do Bloco de Esquerda, a proposta de Orçamento do próximo ano continua a fazer recair grande parte da carga fiscal "sobre quem trabalha, agravando a desigualdade" de rendimentos.

"Este Governo fez circular comunicados sobre uma suposta tensão entre o PSD e o CDS em torno de umas décimas de imposto, ao mesmo tempo que mantém o capital sossegado, porque a fatia de leão dos impostos continuará a ser paga por quem trabalha, enquanto as borlas fiscais e os privilégios serão sempre para as grandes empresas e os seus lucros. Este é o debate em que nós não entramos", advertiu Catarina Martins.

Mas Catarina Martins foi ainda mais longe, prevenindo que o Bloco de Esquerda "não entrará no debate em torno da décima, que pode até fazer capaz de jornais e aberturas de telejornais, mas que não se sente no bolso de quem trabalha".

"Um país que não taxa as grandes fortunas, que perdoa os movimentos de capitais é um país indigno, que não dá resposta a quem cá vive", disse.

Para Catarina Martins, "um Conselho de Ministros que é capaz de um número de propaganda de 18 horas em torno de umas décimas de imposto, que nada significam para os bolsos de quem trabalha - mas que foi incapaz de fazer uma reunião extraordinária quando a justiça está parada e o ano letivo está parado ao fim de um mês-, é a imagem de um Governo que já desistiu de governar há muito".

"A este Governo só importa a propaganda. Deste lado, das vozes de quem não se resigna, de quem todos os dias luta, aparece a proposta, a reivindicação e a força por uma futuro digno para o nosso país",

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