Evo Morales com reeleição garantida à primeira volta

Estabilidade política, crescimento económico e desenvolvimento social garantem vitória fácil ao Presidente da Bolívia.

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Nove anos depois de chegar ao poder "El Evo" não acusa desgaste político David Mercado/Reuters

No seu último comício, Morales prometeu dar uma “cacetada ao imperialismo e ao neoliberalismo” para que “o povo boliviano triunfe”. “Em nove anos aprendemos a bem governar e é por isso que vamos ganhar com uma grande maioria”, disse o Presidente da Bolívia no seu bastião de El Alto, perto de La Paz.

As sondagens apontam para uma vitória de Morales com 59% dos votos, deixando o seu principal adversário a 41 pontos percentuais de distância. O empresário Samuel Doria Medina recebe 18% das intenções de voto. Morales vai mesmo conseguir ser o mais votado (com 50% dos votos) na região de Santa Cruz, motor económico do país e bastião da oposição conservadora.

Hoje em dia, os empresários do país já não estão em guerra aberta contra aquele que nacionalizou sectores inteiros da economia mas que soube mostrar-se pragmático.

Crítico virulento de Washington, Evo Morales chega a estas eleições com a força de quem manteve uma estabilidade política inédita num país que conheceu 160 golpes de estado depois da independência em 1825. O Presidente também pode reivindicar para si a proeza da Bolívia ter uma das maiores taxas de crescimento da América Latina e de ser o país deste sub-continente que mais reduziu os índices de fome nos últimos anos, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).

“El Evo”, como é tratado pelos bolivianos, continua a despertar uma enorme admiração e simpatia num país onde 65% da população de 10 milhões de habitantes se reconhece como indígena. Apesar de todos estes anos na presidência, sublinha a AFP, Morales continua a ser o índio Aymara nascido numa família pobre do Altiplano que nunca terminou a escola.

Chegado ao poder, Morales levou a cabo uma vasta política de estatização dos principais recursos estratégicos do país e, paralelamente, uma “revolução pacífica, democrática e cultural”, destinada a reduzir as injustiças sociais e a restabelecer as culturas tradicionais.

Samuel Doria Medina não vê tudo cor-de-rosa. Para ele, os nove anos de governo Morales produziram “mais corrupção, mais tráfico de droga e mais insegurança”. O apelo que faz aos eleitores é que o ajudem a “salvar o processo democrático” na Bolívia.

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