Ucrânia de regresso ao ponto da discórdia

Nove meses e 2700 mortos depois, a Ucrânia parece ter voltado ao “ponto zero”, aquele que esteve na origem de tudo: a aproximação à União Europeia e o afastamento da esfera russa. Tal como exigiam os manifestantes em Kiev em finais de 2013, numa vaga que levou à eleição em Maio deste ano de Petro Poroshenko para presidente, Kiev começou ontem a selar a sua aproximação à UE e à NATO, isto enquanto da Europa saíam novas sanções tendo por alvo Moscovo, com objectivos ainda mais precisos em vários sectores da economia russa. A troca de prisioneiros que marcou o mais recente cessar-fogo vem, no entanto, em contracorrente à aparente radicalização política do conflito. Mas tudo isto constituiu apenas um compasso de espera. Nada do que é importante foi ainda decidido e isso passa pela estabilização de poderes e fronteiras, com comprometimento sério de todas as partes envolvidas. De contrário, o rastilho da guerra reacender-se-á.

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