Ao segundo dia de Bons Sons, Cem Soldos fervilha de calor e de música

O festival acolheu quinta-feira Galandum Galundaina ou JP Simões e entregou o prémio Megafone 2014 aos Charanga. A aldeia começa a fervilhar. Ouve-se Acordai em versão fanfarra, ouve-se blues e rock. Espera-se Gisela João e Capicua, dois dos destaques de sexta-feira. E somos refrescados quando menos esperamos.

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Festival Bons Sons, Cem Soldos, Tomar Miguel Madeira / Público
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Peixe, Festival Bons Sons, Cem Soldos, Tomar Miguel Madeira / Público
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Festival Bons Sons, Cem Soldos, Tomar Miguel Madeira / Público
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JP Simões, Festival Bons Sons, Cem Soldos, Tomar Miguel Madeira / Público
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Noite Prémios Megafone, Festival Bons Sons, Cem Soldos, Tomar Miguel Madeira / Público
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Festival Bons Sons, Cem Soldos, Tomar. Miguel Madeira / Público
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Anarchicks, Festival Bons Sons, Cem Soldos, Tomar. Miguel Madeira / Público
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Nobody's Bizness, Festival Bons Sons, Cem Soldos, Tomar. Miguel Madeira / Público
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Festival Bons Sons, Cem Soldos, Tomar. Miguel Madeira / Público

Atravessamos as ruas de Cem Soldos desde os limites da aldeia. Subimos, serpenteamos até nos depararmos com uma das entradas. A entrada da aldeia dentro da aldeia. Bons Sons: Cem Soldos oferecendo-se a quem a visita. Passamos o gradeamento (“Entrada das Hortas”, diz o cartaz bem pintado, entre o billboard e a placa de tasca), caminhamos até ao centro da aldeia e centro nevrálgico do festival, o Largo do Rossio. O calor aperta mas os cem-soldenses, os de sempre e os que o são durante estes quatro dias, oferecem recepção adequada a quem chega. Disparam-se bisnagas e jactos de água retemperadores. Começa o segundo dia oficial do Bons Sons.

Quarta-feira, a festa fez-se no campismo, por esta altura já repleto de tendas (recepção ao campista com música noite fora). Quinta, o festival arrancou em pleno. Ouviu-se a guitarra de Peixe e as gaitas e o mirandês dos Galandum Galundaina. Dançou-se o rock de Santarém dos Vira Casaca e viu-se os Charanga serem distinguidos com o Prémio Megafone, instituído em homenagem a João Aguardela, o fundador dos Sitiados e d’A Naifa desaparecido em 2009, aos 39 anos.

Sexta, tarde avançando enquanto o calor não se transforma no frio da noite (a amplitude térmica é assinalável este ano em Cem Soldos), há gente chegando e investigando os recantos da aldeia: o restaurante biológico nascido num pátio, a marroquinaria frente a ele; a Eira que ganhou palco na última edição do festival, em 2012, onde as Anarchicks tocam versões dos Beatles (Helter skelter) e de António Variações (Quando fala um português) entre as canções do seu catálogo; a Igreja que se encherá para ouvir o duo Lavoisier, nascido em Berlim para dar a volta à música popular portuguesa (Lavoisier, nada de se perde tudo se transforma e eis A senhora do Almortão ou Maria Faia em guitarra eléctrica e voz com vida dentro); e a entrada da Igreja que, antes dos Lavoisier, foi palco de festa-fanfarra com os Marko i Blacky Orkestar, que viram perante si o público dançando de sorriso no rosto, frenético como a música exige – e emocionado quando apresentam uma versão de Acordai, de Fernando Lopes-Graça, estendido desde Portugal até aos Balcãs.

A aldeia fervilha. Assim será até domingo, dia em que chegará Sérgio Godinho ou Amélia Muge. Mas isso dista ainda dois dias. Esta sexta-feira, enquanto os Nobody’s Bizness trazem blues ao palco principal, sabe-se que chegará o fado de Gisela João, o hip hop de Capicua ou a música tradicional deliciosa e necessariamente sabotada dos Gaiteiros de Lisboa. A diversidade da música portuguesa actual, em directo desde uma aldeia especial a cinco quilómetros de Tomar. Cem Soldos, como já sabemos, é o seu nome. Bons Sons, naturalmente.

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