O tribunal de Munique onde Bernie Ecclestone, o magnata que gere a Fórmula 1 há 40 anos, estava a ser julgado por suborno confirmou esta terça-feira que irá arquivar o caso, depois do pagamento de 74 milhões de euros.

As negociações entre Ecclestone e o Ministério Público alemão já eram conhecidas e esta terça-feira o arquivamento foi anunciado pelo juiz Peter Noll. "O inquérito foi arquivado, depois de um acordo entre o tribunal e o arguido", disse o juiz, que concluiu que as suspeitas de suborno não foram confirmadas durante o julgamento.

Agora, o multimilionário britânico tem uma semana para pagar 74 milhões de euros, dos quais cerca de 740 mil irão reverter para uma instituição de crianças desfavorecidas.

O Ministério Público revelou que a "idade avançada" de Ecclestone, de 83 anos, e "outras circunstâncias extenuantes" do julgamento ajudaram a apoiar a proposta de arquivamento.

O multimilionário começou a ser julgado em Abril num tribunal de Munique, perante o qual respondia às acusações de ter subornado um banqueiro alemão, Gerhard Gribkowsky, no decorrer da venda dos direitos de exploração comercial da Fórmula 1 ao fundo de investimento britânico CVC.

A investigação remonta a 2006, quando Gribkowsky estava encarregado pelo banco público Bayern LB de vender a participação da instituição sobre os direitos da prova de automobilismo. Ecclestone era acusado de ter pago 35 milhões de euros ao banqueiro para que a CVC fosse favorecida.

Desde o início do julgamento que Ecclestone negou as acusações que pendiam sobre si, dizendo que foi alvo de extorsão por parte de Gribkowsky.

Na semana passada, o magnata que construiu o seu império ao tornar a Fórmula 1 num dos eventos desportivos mais rentáveis do mundo participou nas negociações com o Ministério Público. A acusação pedia inicialmente cem milhões de euros para que o processo fosse arquivado, mas a proposta acabou por ser reduzida para 74 milhões.

O pagamento da caução não terá grande impacto junto da fortuna de Ecclestone, avaliada em mais de quatro mil milhões de dólares (três mil milhões de euros), segundo a revista Forbes.