"Patrão" da F1 Bernie Ecclestone vai ser julgado por corrupção em Abril

Britânico de 83 anos é acusado de ter subornado com 35 milhões de euros um ex-banqueiro alemão.

Foto
Ecclestone é responsável pela gestão dos direitos comerciais da Fórmula 1 Reuters/Olivia Harris

Bernie Ecclestone vai deixar o conselho de administração da empresa que gere a Fórmula 1 enquanto durar o julgamento de corrupção no qual é réu. O empresário britânico de 83 anos vai começar a ser julgado no final de Abril num tribunal de Munique, enfrentando a acusação de ter subornado um banqueiro alemão, Gerhard Gribkowsky, no decorrer da venda dos direitos de exploração comercial da Fórmula 1 ao fundo de investimento britânico CVC. Mas esta saída será apenas formal, já que Ecclestone vai continuar, na prática, a gerir o negócio.

“Até que o caso esteja concluído, o sr. Ecclestone vai deixar de ser director, com efeitos imediatos, renunciando aos seus deveres neste conselho de administração até que o caso seja resolvido. Este conselho acredita, no entanto, que é no melhor interesse do negócio e do desporto que o sr. Ecclestone deve continuar a gerir o negócio diariamente, mas com maior escrutínio e controlo por parte deste conselho”, pode ler-se num comunicado da Delta Topco, a “holding” que controla a Fórmula 1.

O acto de corrupção de que Ecclestone é acusado remonta a 2006. Gribkowsky foi encarregado pelo banco público Bayern LB, a cujo conselho de administração pertencia, de vender a participação que a instituição tinha na Fórmula 1, operação em que teve de trabalhar directamente com Ecclestonne. Ecclestone recebeu do banco uma comissão de 66 milhões de euros pela venda da participação à CVC, mas entregou 35 milhões de euros a Gribkowski.

Gribkowski, que não declarou esta soma, foi condenado a oito anos e meio de prisão por corrupção e fraude fiscal. No decorrer do processo, Gribkowski disse que o montante tinha sido um suborno de Ecclestone, que negou sempre as acusações e assegura que não fez nada de ilegal.

O caso do tribunal de Munique gira em torno de conseguir provar que Ecclestone sabia que Gribkowsky era empregado de banco público e que, por isso mesmo, não poderia receber comissões. O fundo de investimento CVC comprou os direitos da F1 por 640,5 milhões de euros ao banco público bávaro Bayern LB, que os detinha após a falência do grupo de media Leo Kirch.


 

 

Sugerir correcção
Comentar