Violentos combates entre milícias pelo aeroporto de Trípoli

Governo líbio pede uma intervenção internacional e avisa que a violência no país pode ficar "fora de controlo".

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Fumo negro sobre o aeroporto de Trípoli AFP

Milhares de pessoas foram este domingo obrigadas a fugir de suas casas nos arredores de Trípoli, a capital da Líbia, devido aos combates emtre duas milícias pelo controlo do aeroporto da cidade.

O controlo pelo aeroporto está a ser disputado pelas milícias de Misrata e de Zintan. As munições disparadas pela artilharia pesada razaram os prédios nos bairros de Abu Salim e Qasr Ben Ghashir, forçando milhares de pessoas fugir. "As munições caem de todos os lados, nem sabemos quem estava a disparar", disse ao jornal britânico The Guardian um morador.

A embaixadora americana, Deborah Jones, escreveu de manhã no Twitter a partir do edifício fortificado da embaixada: "Fortes combates em Abu Salim (que Deus proteja todos)".

As duas milícias são grupos armados que ajudaram a derrubar Muammar Khadafi em 2011. Zintan fica a sudoeste da capital, e há três anos que a milícia desta cidade controla o aeroporto. A de Misrata, cidade a leste de Bagdad, acusa Zintan de o estar a ocupar ilegalmente.

Uma semana de bombardeamentros entre os dois grupos deixou 12 mortos e o aeroporto é uma ruína, com aviões destruídos ou danificados, assim como as pistas.

A luta destas milicias faz parte de uma guerra mais vasta entre a ampla coligação de milícias de tendência islamista e outra coligação de milícias nacionalistas. Ambos os lados também combatem em Benghazi, a capital do leste, com combates entre o ex-general Khalifa Hiftar e as brigadas islamistas — já morreram 200 pessoas.

O governo egípcio, sem capacidade de intervenção, pediu ajuda internacional. Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohamed Abdulaziz, foi a Nova Iorque pedir ajuda ao Conselho de Segurança das Nações Unidas conselhos militares - uma intervenção externa, comandada pela NATO, ajudou os grupos armados a derrubarem Khadafi - e advertir que sem essa ajuda a espiral de violência que se vive na Líbia ficará "fora de controlo".

Sinal desse descontrolo foi o ataque de sábado junto à fronteira do Egipto. Pelo menos 21 militares egípcios foram mortos por um grupo de homens armados, numa zona que se tornou num refúgio dos militantes que lutam para derrubar o Governo do Cairo. O Governo do Egipto reagiu dizendo que iria "agir" contra este ataque que terá sido lançado a partir da Líbia, mas não especificou como.
 

   

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