Hamas confirma negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza

Grupo palestiniano sublinha que é prematuro dizer se a iniciativa, mediada pelo Egipto, terá sucesso. Bombardeamentos de ambos os lados recomeçaram.

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Cessar-fogo entre israelitas e palestinianos da Faixa de Gaza Ronen Zvulun/Reuters

O Hamas, o grupo islamista palestiniano no poder na Faixa de Gaza, confirmou que decorrem conversações para um cessar-fogo com Israel. Mas considera prematuro que se tirem conclusões sobre o desfecho das reuniões que decorrem no Cairo, com a mediação egípcia.

Na manhã desta quinta-feira, uma fonte israelita disse às agência noticiosas internacionais e à BBC que tinha sido alcançado "um acordo abrangente" de cessar-fogo entre israelitas e palestinianos – que há dez dias travam uma guerra – que iria entrar em vigor na sexta-feira à tarde.

Essa informação, esclareceu o Hamas, "não é exacta". O grupo explicou que "há esforços em curso" para um "entendimento global", mas que para já essa é a única informação correcta.

Um alto funcionário israelita disse à Reuters que o Governo israelita já tinha na sua posse o esboço do acordo e que estava céptico quanto à sua aplicação. A equipa do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, está dividida sobre a forma como Israel deve actuar na Faixa de Gaza – o ministro da Defesa, Danny Danon, que exigia uma opção mais dura, foi demitido – e o plano traçado no Egipto estará a ser discutido internamente; a sua aprovação ou rejeição será decidida em conselho de ministros.

O Hamas já tinha rejeitado uma primeira proposta egípcia para o cessar-fogo, argumentando que não houve resposta às suas exigências: o fim do bloqueio israelita à Faixa de Gaza, que começou em 2006; a abertura da fronteira com o Egipto e a libertação de dezenas de palestinianos presos em Israel. 

Neste conflito que começou a 8 de Julho – depois do rapto e morte de três rapazes israelitas; que foi seguida do rapto e morte de um adolescente palestiniano –, já morreram 227 palestinianos e um israelita.

Na manhã desta quinta-feira, o Hamas disparou três morteiros para o Sul de Israel – caíram numa zona desabitada. Israel retomou também os bombardeamentos sobre Gaza depois do fim de uma trégua humanitária que declarou unilateralmente e que durou cinco horas.

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