BE pede debate de urgência no Parlamento sobre violência de género

Iniciativa do Bloco surge um dia depois de um homem ter degolado a mulher em Soure. Segundo a UMAR, só no primeiro semestre de 2014 foram mortas 20 mulheres, num quadro de violência doméstica.

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Miguel Madeira

O Bloco de Esquerda anunciou nesta sexta-feira que pediu a marcação para breve de um debate de urgência sobre violência de género, depois de "inúmeros os casos de assassinato de mulheres que têm vindo a público nos últimos dias".

O ofício de marcação do debate, assinado pelo líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, foi já endereçado à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, e nele o Bloco solicita a marcação do debate de urgência na próxima conferência de líderes, na quarta-feira.

No texto à imprensa sobre o tema, o Bloco lembra que só no primeiro semestre de 2014, e de acordo com números da UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta - foram mortas 20 mulheres, em consequência de atos de violência doméstica.

"Ontem [quinta-feira] mesmo foi noticiado ao caso de uma mulher de 47 anos, assassinada com duas armas brancas pelo marido, em Granja do Ulmeiro, no concelho de Soure, Coimbra. O BE considera que é fundamental trazer ao parlamento o debate sobre a violência de género, neste contexto em que se torna evidente que as medidas e mecanismos de proteção às vítimas de violência doméstica existentes não são suficientes, face à dimensão do drama da violência doméstica", escreve o partido.

A iniciativa do BE também surge no dia em que o JN noticiou que um homem esfaqueou a mulher, na presença dos filhos de sete e 14 anos, à saída da Urgência do Hospital Santos Silva, em Gaia. Tal como no primeiro caso, também esta mulher - que ficou gravemente ferida - estava a separar-se do marido e alegava ser vítima de violência doméstica.

Em 2013, recorda o BE, citando um relatório da mesma associação, 37 mulheres foram assassinadas, "a maioria das quais no culminar de situações de violência cometidos em contacto familiar e de intimidade, e outras 36 foram alvo de tentativa de homicídio". Para além da realização deste debate de urgência no parlamento, a direção do Bloco adianta que solicitou já uma reunião sobre o mesmo assunto ao Observatório das Mulheres Assassinadas da UMAR.

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