Vaticano protesta por "Anjos e Demónios" ser mais do mesmo

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O filme chega às salas de todo o mundo na próxima semana (em Portugal é dia 14)

Não há nada como uma boa controvérsia para ajudar ao êxito - e o realizador Ron Howard deve estar secretamente satisfeito por "Anjos e Demónios", a aguardadíssima "sequela" cinematográfica de "O Código Da Vinci", de Dan Brown, ter voltado a incorrer no desagrado do Vaticano. Um desagrado que, à vista do filme acabado (entretanto já exibido à imprensa), faz tanto sentido quanto a controvérsia que rodeou o seu predecessor há exactamente três anos: "Anjos e Demónios" não questiona nem atenta contra a fé cristã nem a Santa Madre Igreja, limitando-se a usar a praça de São Pedro e os rituais do Vaticano como pano de fundo para uma "corrida contra o tempo" em busca de quatro cardeais raptados e de uma bomba-relógio escondidos algures na Santa Sé, no que parece ser uma conspiração da lendária organização secreta dos Illuminati.

Nada que justifique as pressões que o Vaticano terá feito junto das autoridades de Roma para impedir a rodagem em alguns exteriores da capital italiana (e até mesmo, alegadamente, para cancelar uma ante-estreia a ter lugar em Roma...), nem as declarações de alguns padres que consideravam as premissas do filme "difamatórias" e "ofensivas" para com os valores da Igreja Católica. Mas, se a polémica da Opus Dei tiver ajudado (mesmo que pouco) ao sucesso global do anterior, estas confusões (ainda assim bem mais discretas) não farão certamente mal a "Anjos e Demónios".

O filme chega às salas de todo o mundo na próxima semana (em Portugal é dia 14), e retoma toda a equipa técnica e criativa do filme anterior, com Howard de novo a dirigir, Tom Hanks no papel do académico Robert Langdon, e o argumentista Akiva Goldsman a adaptar (desta vez com a ajuda de David Koepp, guionista recorrente de Steven Spielberg) o romance de Dan Brown que, publicado antes do "Código", se transforma agora numa "sequela" que não altera significativamente a trama original. Não se espere de "Anjos e Demónios" nada de novo - a palavra de ordem é jogar pelo seguro e não defraudar os apreciadores do romance e os muitos milhões de fãs de "O Código Da Vinci"...

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