Costa foi a Matosinhos pescar apoios para candidatura à liderança do PS

Presidente da Câmara de Lisboa almoçou com António Parada e reuniu-se à noite com apoiantes do distrito do Porto.

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Matosinhos é tradicionalmente um bastião socialista, embora nas últimas autárquicas não tenha acompanhado o candidato do partido Manuel Roberto

António Costa deu nesta terça-feira um salto ao Norte para alargar a sua rede de apoios. O presidente da Câmara de Lisboa foi a Matosinhos, que já foi um bastião do PS, mas que nas autárquicas de Setembro infligiu uma derrota pesada ao partido que preferiu candidatar o ex-líder da concelhia, António Parada, em detrimento de Guilherme Pinto, que se recandidatou como independente e obteve maioria absoluta.

Acompanhado por elementos do seu núcelo duro, António Costa foi almoçar justamente com António Parada. O encontro não era para ser público, mas a presença de Costa não passou despercebida entre os clientes do restaurante e houve mesmo quem o abordasse, dizendo-lhe: “Não sou socialista, mas estamos à sua espera”. Costa agradeceu e tratou de convencer Parada a juntar-se à sua candidatura à liderança do partido.

Em Matosinhos, António Costa não terá a vida muito complicada em termos de apoios: há muitos socialistas que responsabilizam o secretário-geral pela derrota nas autárquicas e Guilherme Pinto, que goza de grande notoriedade no concelho e estará magoado com Seguro - desfiliou-se do PS -, poderá querer “ajudar” Costa a derrubar o actual líder do PS.

À noite, os apoiantes de António Costa do distrito do Porto reuniram-se numa sala fechada a sete chaves para discutir a estratégia do candidato à liderança do partido que, ao que tudo indica, deverá apresentar esta sexta-feira as linhas do seu programa para o PS.

A reunião das federações distritais que chegou a estar prevista para esta terça-feira, em Leiria, acabou por não se realizar, vingando, assim, a proposta do secretário nacional, Miguel Laranjeiro, de reunir os líderes federativos ao fim da tarde de amanhã, na sede nacional do PS.

Junto de algumas distritais existe um grande desconforto pelo facto de António José Seguro não ter mostrado abertura para avançar para eleições directas e convocar um congresso electivo. Fontes socialistas disseram ao PÚBLICO que Seguro garantiu aos presidentes das federações o prolongamento, até depois das legislativas de 2015, dos seus mandatos, apesar de estes, estatutariamente, terminarem este mês. Com a convocação de eleições agora, alguns líderes das distritais (Castelo Branco, Oeste, Guarda, Leiria, e Vila Real) terão de sair em breve, por estarem impedidos de se recandidatar, uma vez que já cumpriram três mandatos.

Uma semana após António Costa ter anunciado a sua disponibilidade para disputar a liderança do PS a António José Seguro, deitam-se contas a quem está com quem e, de acordo com várias fontes socialistas, a correlação de forças parece favorecer o presidente da Câmara de Lisboa. Há distritais cujos presidentes estão com Seguro, como Porto, Faro, Braga, Porto, Santarém ou Bragança, mas a maioria parece preferir ver Costa a dirigir o partido. Entre estas estão Lisboa, Castelo Branco, Évora e Portalegre, por exemplo.

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