Seguro quer definir regras das primárias já na próxima semana

Questionado por Pedro Delgado Alves, na reunião da comissão nacional, o secretário-geral assegura que a proposta que fez não fere os estatutos, mas promete clarificar o assunto na próxima reunião da comissão política, dentro de dias.

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Seguro assegurou que na próxima reunião da comissão política do partido apresentará os pormenores da proposta e a adequação aos estatutos Miguel Manso

A proposta de primárias para "escolher o candidato do PS a primeiro-ministro", defendida hoje por António José Seguro, está a levantar várias dúvidas entre os socialistas.

Idália Serrão, membro do secretariado, demitiu-se alegando discordância. E vários outros membros da comissão nacional questionam se as primárias se adequam aos estatutos – que prevêem a eleição directa do líder pelos militantes. Como não se trata da escolha do secretário-geral, defende Seguro, mas sim da nomeação de um candidato a primeiro-ministro pelo PS – figura não estatutária –, o problema não existe. 

Pedro Delgado Alves, ex-líder da JS, questionou Seguro, durante a tarde, sobre a necessidade de rever os estatutos para se proceder à votação em primárias. Seguro respondeu que não. Trata-se, segundo o secretário-geral, de uma "abdicação", voluntária, do seu próprio papel enquanto secretário-geral – o de ser candidato a primeiro-ministro.

E, por isso, bastará um regulamento para o acto eleitoral, que não necessita da convocação de um congresso, nem de uma alteração dos estatutos. No entanto, Seguro assegurou a Delgado Alves que na próxima reunião da comissão política do partido, anunciada para a próxima semana, apresentará os pormenores da proposta e a adequação aos estatutos.

"Não basta fazer um regulamento", contrapõe Pedro Delgado Alves ao PÚBLICO, lembrando que a proposta de eleições primárias já foi votada num congresso (em 2013, apresentada por João Tiago Silveira) e chumbada. Por isso, o deputado, jurista de formação, defende que é preciso alterar os estatutos em novo congresso.

 António Costa, por seu turno, prometeu batalhar pela convocação de uma nova comissão nacional para que as eleições directas e um congresso extraordinário possam ser uma realidade, preferindo clarificar a situação interna pela via habitual: eleição directa do líder.

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