Serralves celebra aniversário com horários alargados e museu fora de portas

Celebração do 25º aniversário da Fundação e do 15º da criação do Museu vai prolongar-se por todo o ano com iniciativas que querem reforçar a “relação com o público”

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Serralves em Festa na edição do ano passado Nuno Alexandre Mendes

À boleia do espírito já consagrado do Serralves em Festa, que arranca as 40 horas de festa non-stop já este sábado, a Fundação e o Museu vão celebrar os seus aniversários — de 25 da primeira e de 15 do segundo — com as portas abertas e um role de iniciativas com um objectivo comum: “O reforço da relação com o público”, resumiu o presidente da Fundação de Serralves, Luís Braga da Cruz, na apresentação à imprensa nesta quarta-feira.

O portão da Avenida Marechal Gomes da Costa, que habitualmente permanece fechado, vai estar aberto durante o Verão (a entrada continua a ser paga) para receber os visitantes e Serralves tem pensado um programa de visitas fora de horas, que deve incluir iniciativas como visitas guiadas pelo jardim à noite, performances de música e dança e noites de lua cheia. Os horários habituais vão também ser alargados: o museu passa a fechar às 19h durante a semana e às 20h ao fim-de-semana, em vez das 17h.     

O esforço de aproximação do público começa a ser trabalhado já este fim-de-semana, durante o Serralves em Festa, com a iniciativa Leve Serralves Consigo: quem fornecer o seu contacto de email ganha em troca uma entrada gratuita e passa a receber emails sobre as iniciativas que decorrem todo o ano.

Com a “crise no país” como pano de fundo e contando com “meios escassos”, Serralves desenhou um programa que quer chamar mais público à instituição, disse a directora-geral da Fundação de Serralves, Odete Patrício. Um dos grandes momentos terá início já no dia 27 de Junho, com a inauguração de Histórias, uma exposição em três partes comissariada pela directora Suzanne Cotter, que quer promover uma reflexão sobre a colecção de Serralves. A mostra conta com 60 obras de pintura, escultura, vídeo, fotografia e performance. “A ideia desta exposição, além de partilhar a colecção com as pessoas, é ver se podemos contar novas histórias através da colecção”, justificou Suzanne Cotter.

Depois de, há cerca de um mês, Braga da Cruz ter apelado ao Estado para que mantivesse os apoios e ajudasse a manter Serralves como uma instituição “de referência”, o presidente da fundação preferiu valorizar o esforço dos mecenas e a manutenção da qualidade: “Continuamos a insistir nesse assunto e a insistir que nos paguem. Uma diminuição da contribuição do Estado faz com que os privados tivessem superado de certa forma [essa falha]. Mas isso não se pode dizer muito porque se não o Estado pode tirar a conclusão de que podemos trabalhar sem dinheiro público e aí já me preocuparia porque seria uma alteração muito substantiva.”

Até ao fim do ano e a partir do dia 6 de Julho, o parque conta também com uma “exposição de macrofotografia sobre a fauna e a flora do parque”, explicou João Almeida, comissário desta mostra. “Vai procurar a arte que existe na fauna e na flora e que não se vê a olho vivo”, explicou na conferência de imprensa desta quarta-feira.

A história de Serralves será também contada num documentário a filmar em 2014 e resumida na reedição do livro 20 anos e outras histórias, do jornalista do PÚBLICO Sérgio Costa Andrade, que conta com novos textos e imagens e estará disponível em português, inglês e francês.

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