BCP reembolsa Estado em 400 milhões de euros

Banco diz que operação comprova a sua vitalidade.

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"Trata-se do primeiro passo rumo ao reembolso do apoio do Estado", disse o presidente do BCP, Nuno Amado Foto: Pedro Cunha

O Banco Comercial Português (BCP) reembolsou o Estado em 400 milhões de euros relativos a instrumentos de capital core tier 1 (CoCos), cumprindo a primeira etapa do plano de reembolso e mostrando "a vitalidade do banco", informou a instituição financeira.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BCP informa que "procedeu ao reembolso" de 400 milhões de euros de instrumentos de capital core tier 1 (obrigações convertíveis), após "ter obtido do Banco de Portugal (BdP) a devida autorização, na sequência de análise efectuada à evolução dos rácios de capital do banco".

"Este reembolso representa uma prova de vitalidade do Millennium bcp, que assim cumpre a primeira etapa do plano de reembolso. O nosso plano sempre previu que iniciaríamos o reembolso este ano. Estamos a fazê-lo ainda durante o primeiro semestre e iremos manter-nos em linha com o planeado, conforme sempre referimos. Trata-se do primeiro passo rumo ao reembolso do apoio do Estado", disse o presidente executivo do BCP, Nuno Amado, à agência Lusa, por escrito.

O banco explica que após este reembolso e "considerando os impactos positivos" da venda das participações de 49% nas seguradoras não-vida Ocidental e Médis à parceira Ageas, "o rácio core tier 1 [medida mais eficaz para avaliar a solvabilidade de um banco] pró-forma a 31 de Março de 2014 situar-se-ia em 13,2%" (de acordo com os critérios do BdP), enquanto o rácio common equity tier 1 pró-forma na mesma data ascenderia a 11,7%" (de acordo com o critério CRD IV/CRR), "acima dos 10% e 7% exigidos, respectivamente".

O presidente executivo do BCP reforçou esta mensagem ao afirmar que aqueles rácios estão "bastante acima dos mínimos regulatórios exigidos", pelo que "é importante notar também que o reembolso tem um impacto não irrelevante ao nível dos resultados, uma vez que estes 400 milhões eram remunerados a uma taxa de 8,75% (9% a partir do mês que vem), o que equivale a uma poupança na margem de mais de 35 milhões de euros por ano".

Com este reembolso, diz o banco na nota enviada ao regulador, "o BCP cumpre o plano definido" para pagamento daqueles instrumentos de capital core tier 1 em 2014, "evidenciando a capacidade de execução do plano estratégico traçado".

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