Longevidade e descaramento

Alberto João Jardim completou na segunda-feira 36 anos à frente do Governo Regional da Madeira. Nesse período, graças à saudável rotatividade que a democracia permite, Portugal teve quatro Presidentes da República (Ramalho Eanes, Mário Soares, Jorge Sampaio, Cavaco Silva) e 13 primeiros-ministros (Mário Soares, Nobre da Costa, Mota Pinto, Lourdes Pintasilgo, Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Mário Soares outra vez, Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates e Passos Coelho). Mas Alberto João manteve-se imutável no cargo, sempre reeleito e sempre a prometer ou a ameaçar sair, sem que alguma vez tivesse cumprido quer a promessa, quer a ameaça. Agora, para espanto de Portugal inteiro (ilhas incluídas), quer formar um novo partido porque, diz, está “cansado do PSD-Madeira”. Ter-lhe-á ocorrido, sequer, que pudessem estar cansados dele? Terá a longevidade, como reverso, o descaramento?

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