Homens armados ocupam base militar ucraniana em Sevastopol, na Crimeia

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Homens vestidos com o uniforme russo impedem o acesso a bases ucranianas em Sevastopol REUTERS/David Mdzinarishvili

Um grupo de homens armados e identificados como russos assumiu o controlo de uma base militar ucraniana na cidade portuária de Sevastopol, sem disparar um tiro, reporta Reuters.

Os homens, que se crê sejam russos, entraram com um camião num posto de defesa balística daquela cidade da Crimeia. Um oficial militar ucraniano, Vladislav Selezniov, disse pelo telefone que a base A2355 de Yukharina Balka foi tomada por um grupo de homens sem recorrer à violência.

Um outro militar contactado no local pela Reuters informou que estava a decorrer uma negociação entre as forças da Ucrânia e os ocupantes, e que estes não tinham obtido acesso às armas armazenadas no local, incluindo mísseis.

Segundo escreve a BBC, grupos de homens vestidos com o uniforme militar da Rússia (mas sem a insígnia oficial) têm estado a bloquear o acesso aos postos do Exército da Ucrânia em Sevastopol e outras cidades da Crimeia.

Questionado sobre o incidente em Yukharina Balka durante um programa televisivo em directo, esta noite, o primeiro-ministro (pró-russo) da Crimeira, Sergei Aksionov, garantiu que tudo estava calmo no local.

Uma notícia da agência Interfax-Ucrânia dizia que o posto em causa tinha sido reforçado com cem soldados nos últimos dias, depois de as tropas russas ocuparem aquela península do mar Negro. Essa informação não estava confirmada.

A mesma notícia apontava para uma acção violenta do grupo ocupante, que teria investido contra os portões da base militar com um veículo de guerra e avançado com “cerca de 20 atacantes que lançaram granadas” para o interior. No entanto, o repórter da Reuters no local não viu nenhum dano nos portões, nem a existência de feridos.

O correspondente da BBC no local, Christian Fraser, disse que a partir do exterior e à distância, não havia nenhum sinal de que a base militar teria sido ocupada. Mas o jornalista acrescentou que no lado de fora dos portões havia dois camiões da frota militar da Rússia em manobras, muitos soldados “irregulares” e uma multidão “bastante hostil” de manifestantes pró-Rússia.

Dois jornalistas que tentaram aproximar-se da base para recolher imagens foram violentamente agredidos.

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