Londres sem papel

Há décadas que não vinha a Londres. Muita coisa mudou. A mais dramática é não ter ido a correr comprar jornais e revistas. Tenho tudo no iPad e no Kindle. A assinatura mensal do Guardian custa 18 euros: o suficiente para comprar três edições em papel, que são cada vez mais difíceis de encontrar.

Vim numa quarta e na quinta apareciam-me no Kindle o Spectator e o New Statesman. Na sexta foi o Times Literary Supplement.

Vou às livrarias mas o peso (e o preço) dos livros desconvencem-me. Encomendá-las-ei pela Amazon. As livrarias inglesas, para competir pelos clientes estrangeiros que vêm cá de visita, não podem cobrar pelos portes de correio (quando se trata de grandes quantidades de livros) ou sugerir, com malícia, que sai mais barato o turista ir a uma estação de correios enviá-los para Portugal.

É mentira. Sai caríssimo. É este tipo de comportamento que mais convém à Amazon. Em dois casos concretos, livreiros de segunda mão que já me enviaram livros, pela Amazon por menos de 3 libras, pediram-me 5 libras pelo mesmo serviço. Custando ambos os livros apenas 3 libras. Claro que não tenho o descaramento (ou a coragem) de fotografá-los para depois comprá-los online. Mas escrevo as referências bibliográficas quando volto para a rua.  Para mais, online, muitas vezes encontro edições melhores pelo mesmo preço ou até mais baratas. Porque é que as livrarias se pôem assim a jeito, servindo de montra para as concorrentes, a maioria das quais não se dão ao trabalho e à despesa de ter uma loja numa rua?
 
 

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