Quebra-gelo Polar Star a caminho da Antárctida para resgatar dois navios

Dragão da Neve e Akademik Shokalski estão presos no gelo. Quebra-gelo demorará sete dias até chegar ao local.

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O Polar Star pode cortar gelo com uma espessura de 6,4 metros U.S. Coast Guard/Reuters

O gelo na Antárctida não dá tréguas e já prendeu o navio chinês Dragão da Neve, depois do navio russo Akademik Shokalski ter ficado retido, no mesmo local, a 24 de Dezembro. Agora, o Polar Star, um navio quebra-gelo norte-americano, partiu da Austrália para cortar o gelo, desimpedir as vias e permitir que os dois navios possam sair do local.

Tem sido uma luta internacional contra os elementos, que se iniciou no dia da consoada do ano passado. O Akademik Shokalski, com 74 pessoas a bordo, levava uma Expedição Australo-Asiática que ia repetir a viagem à Antárctida realizada há um século pelo explorador australiano Douglas Mawson.

Mas o barco foi apanhado pela evolução do gelo que, devido a ventos fortes, prendeu o navio a 180 quilómetros da estação de investigação francesa Dumont D'Urville, na Terra de Adélia, na Antárctida, e a 2500 quilómetros da cidade australiana de Hobart, na Tasmânia.

Vários esforços foram feitos para resgatar as pessoas a bordo. Além do Dragão da Neve, estiveram envolvidos os navios Aurora Australis, da Austrália, e o francês L’Astrolabe. Finalmente, na última quinta-feira, um helicóptero do navio chinês conseguiu tirar os cientistas que faziam parte da expedição. Foram retiradas 52 pessoas do Akademik Shokalski para o Aurora Australis.

No navio russo ficou só a tripulação – 22 pessoas. Depois, o Dragão da Neve acabou por também ficar preso no gelo com 111 pessoas a bordo, adianta a BBC News.

Por isso, o quebra-gelo Polar Star foi chamado ao local para desimpedir as vias marítimas, depois de as autoridades australianas, chinesas e russas terem pedido ajuda aos Estados Unidos. “A nossa maior prioridade é a segurança da vida no mar, essa é a razão para irmos ajudar a desimpedir as vias marítimas para os dois navios”, disse num comunicado Paul Zukunft, comandante da Guarda Costeira dos Estados Unidos da Região do Pacífico.

O navio estava atracado em Sydney, na Austrália, no domingo, e espera-se que demore uma semana até alcançar o local. O Polar Star tem 120 metros de comprimento de comprimento e viaja a uma velocidade máxima de 18 nós (33 quilómetros por hora), consegue partir gelo com uma espessura de 1,8 metros a uma velocidade contínua de três nós (5,5 quilómetros por hora). Mas pelo método de avanço e recuo pode cortar gelo com uma espessura de 6,4 metros.

Quando a missão estiver cumprida, o Polar Star vai levar mantimentos à estação de investigação dos Estados Unidos situada na ilha de Ross, como estava previamente programado.
 
 

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