Jornalistas da Al-Jazira acusados de terrorismo no Egipto ficam em prisão preventiva

São acusados de pertencerem à proscrita Irmandade Muçulmana.

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Depois do atentado no Cairo, na semana passada, as autoridades acusaram a Irmandade Muçulmana de ser uma organização terrorista Amr Abdallah Dalsh/Reuters

Três jornalistas da estação Al-Jazira detidos no domingo no Egipto estão em prisão preventiva desde esta terça-feira. São acusados de pertencerem à Irmandade Muçulmana que foi declarada “organização terrorista”, depois de um atentado no Cairo na semana passada, pelo governo militar instituído após o golpe que destitui o Presidente Mohamed Morsi há seis meses.

O jornalista australiano Peter Greste e Mohamed Fahmy, de dupla nacionalidade canadiana e egípcia e chefe do serviço em inglês da Al-Jazira no Cairo, são dois dos detidos.

O irmão de Fahmy lembra que o jornalista trabalhou para a estação CNN dos Estados Unidos e garante que a acusação de pertencer à Irmandade Muçulmana não tem qualquer fundamento. “É uma loucura”, disse à AFP Sherif Fahmy. Mohamed “não tem qualquer ligação com a Irmandade Muçulmana nem com a sua ideologia.”

O advogado do jornalista diz que os procuradores exigem provas de que o jornalista não pertence à organização proscrita pelas novas autoridades e a que pertencia o Presidente deposto Mohamed Morsi. “Como podemos nós provar isso?”, interroga-se o irmão do jornalista acusado de liderar “uma rede de comunicação social” apostada “em desonrar a imagem do Egipto no estrangeiro”.

Num comunicado oficial do Ministério Público, divulgado pelas agências, não fica claro se os três jornalistas enfrentam a mesma acusação. Além de Fahmy e do australiano Peter Greste, que já trabalhou para a britânica BBC e venceu em 2011 o prestigiado prémio Peabody com uma reportagem na Somália, ficou também preso o produtor egípcio Baher Mohamed.

A Al-Jazira exigiu a libertação dos jornalistas e diz ser “um escândalo” eles serem “tratados desta maneira”.
 
 
 

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