Quando os partidos pró-independência na Catalunha afirmaram que iriam avançar com uma consulta popular, esperava-se uma pergunta simples, do género daquela que foi acordada entre o Governo escocês e o britânico: “A Escócia deve ser um país independente?” O referendo da Catalunha terá duas perguntas, também elas simples, mas que juntas são uma grande confusão. “Quer que a Catalunha seja um Estado?” Se sim, “Quer que a Catalunha seja um Estado independente?”.

E o caricato no meio desta ginástica verbal é que o Governo Regional ainda está a tentar perceber como fará um referendo sem usar os meios do Estado espanhol, para não ferir a Constituição. E quem foi, oportunamente, visitar Rajoy foi o próprio Van Rompuy, para lembrar que a Catalunha independente ficaria de fora da União. E para pedir uma adesão teria de ter o OK de Espanha. É um dado que vai pesar no referendo de 9 de Novembro de 2014.