"Troika" adia missão a Atenas para Janeiro e congela empréstimo

"As discussões técnicas vão continuar na próxima semana", disse o porta-voz do comissário para os Assuntos Económicos, Olli Rehn.

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Primeiro-ministro, Antonis Samaras, à direita, com o ministro das Finanças, no debate do orçamento LOUISA GOULIAMAKI/AFP

A 'troika' de credores internacionais da Grécia adiou para Janeiro uma nova missão a Atenas e congelou um empréstimo de mil milhões de euros por não terem sido aplicadas as reformas exigidas, anunciou, neste sábado, a Comissão Europeia.

"As discussões técnicas vão continuar em Atenas na próxima semana e esperamos que os negociadores possam deslocar-se a Atenas em Janeiro, se as autoridades tiverem realizado progressos na aplicação das reformas", explicou, em comunicado, Simon O'Connor, porta-voz do comissário europeu para os Assuntos Económicos, Olli Rehn.

A questão será também debatida na segunda-feira, em Bruxelas, numa reunião de ministros da Economia dos 17 países da 'zona euro'.

O parlamento grego tem previsto votar ainda neste sábado um novo orçamento de austeridade para 2014, num clima de desafio aos credores da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, dos quais espera um maior reconhecimento dos sacrifícios e dos progressos conseguidos desde o início da crise.

Após seis anos consecutivos de recessão, a lei prevê um regresso ao crescimento com um Produto Interno Bruto de 0,6%.

A Grécia e a 'troika' (UE, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) não conseguem fechar as negociações, iniciadas no final de Setembro, sobre as condições de pagamento de uma tranche de mil milhões de euros, no âmbito do segundo resgate do país.

A obtenção de um acordo é cada vez mais importante, uma vez que a Grécia assume a 1 de Janeiro a presidência semestral da UE.

O orçamento será excepcionalmente votado sem o aval total da 'troika', com a possibilidade de ser revisto nos próximos meses: Atenas e os credores estão também divididos nas necessidades de financiamento do país em 2014, avaliadas pela Grécia em 500 milhões de euros, e pelos credores no triplo.

Os responsáveis gregos começaram a falar de uma saída dos planos de ajuda internacionais, e garantiram estar a preparar um regresso do país aos mercados.

Longe desse optimismo, os sindicatos denunciaram um orçamento que vai levar "a um aumento do desemprego, a um empobrecimento da população, ao fim da coesão social e a uma crise humanitária sem precedentes".

Cerca de 240 mil milhões em empréstimos foram injectados no país desde o início do programa de assistência da UE e do FMI, em 2010.

 

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