Swaps: ministra diz que perdas só aumentaram 330 milhões desde que Governo tomou posse

“O que é que andou a fazer durante um ano?”, questionou o PS durante a audição na comissão de inquérito.

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O Governo discute esta semana um novo orçamento rectificativo Daniel Rocha

A ministra das Finanças defendeu nesta quinta-feira, numa audição que está a decorrer no Parlamento, que as perdas potenciais dos swaps só se agravaram em 330 milhões de euros entre o momento em que o Governo tomou posse, em Junho de 2011, e o final do ano passado, quando começaram as negociações com os bancos.

Maria Luís Albuquerque, que está pela terceira vez a ser ouvida na comissão de inquérito, considera que só podem ser consideradas para este cálculo as perdas relativas aos 69 contratos que foram cancelados no início deste ano. E, por isso, afirmou que a diferença é de “apenas 330 milhões de euros”, face ao risco de prejuízo de acumulavam em Junho de 2011 (1192 milhões) e o registado em Dezembro de 2012 (1522 milhões).

A explicação foi dada depois de ter sido confrontada pela deputada do PS Ana Catarina Mendes sobre “a inacção” do Governo desde que assumiu funções. “O que andou a fazer durante um ano, senhora ministra?”, questionou a socialista.

Do raciocínio de Maria Luís Albuquerque foram excluídos os restantes swaps que ainda não foram cancelados, e que são cerca de 50. Se se tiver em conta este grupo de derivados, as perdas potenciais aumentaram perto de 1500 milhões entre Junho de 2011 e Dezembro do ano passado.

A ministra das Finanças reiterou que o trabalho do executivo “começou ainda em 2011”, fazendo referência às interacções ocorridas entre os bancos e a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública e à necessidade de alterar os estatutos deste organismo para que tivesse mais poder sobre a gestão de derivados de cobertura de risco, o que viria a acontecer no Verão de 2012.

Os swaps subscritos por empresas públicas acumularam perdas potenciais superiores a 3300 milhões de euros até ao início deste ano. O risco de prejuízo foi reduzido para metade com a liquidação antecipada de 69 contratos, que obrigou ao pagamento de 1008 milhões de euros a nove instituições financeiras.

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