Presumível homicida de Alexandra Neno entregou-se após chamada para o 112

Assassino confesso de duas pessoas é vigilante e não possui antecedentes criminais

O presumível assassino de Alexandra Neno, que era mulher do jornalista Fernando Santos e foi morta a 29 de Fevereiro de 2008, em Sacavém, e de um jovem no dia seguinte, entregou-se esta quinta-feira após ter confessado os crimes numa chamada feita para o 112, que reencaminhou o caso para a PSP de Loures. Agentes desta polícia foram a casa do suspeito, tendo-o detido e apreendido uma arma de fogo, ambos entregues à Polícia Judiciária.

A PJ anunciou esta quinta-feira em comunicado que, com a colaboração da PSP de Loures, deteve o suspeito, um homem de 35 anos, que terá praticado dois homicídios cometidos em 29 de Fevereiro e 1 de Março de 2008. O alegado assassino é vigilante e estava actualmente de baixa, não possuindo antecedentes criminais. Nunca foi suspeito do crime, mas a PJ, que nunca encerrou a investigação, estava a explorar uma pista que se comprova agora estava na direcção correcta.

Segundo a PJ, não há dúvidas que a arma de fogo apreendida foi o revólver usadas nos crimes, uma pistola de alarme transformada numa 6.35mm . Isto porque durante o dia já foram realizados diversos exames, nomeadamente balísticos, que comprovaram inequivocamente que a arma foi usada nos dois homicídios. Também vestígios encontrados num dos locais dos crimes, como a marca da palma de uma mão, correspondem aos do suspeito. A polícia não sabe o que terá levado o alegado homicida, que se diz arrependido, a confessar os crimes passados mais de cinco anos sobre a sua ocorrência.  

"A investigação apurou que o presumível autor terá tentado, no final da tarde de 29 de Fevereiro daquele ano, em Sacavém, roubar uma viatura à primeira vítima, uma mulher de 34 anos, vindo a atingi-la mortalmente, através de utilização de uma arma de fogo que possuía, face à sua resistência ao assalto", adianta a nota da PJ.

Alexandra Neno foi assassinada, ao final da tarde, no estacionamento junto ao condomínio onde vivia, na urbanização Real Forte, em Sacavém.

No início da madrugada do dia seguinte, continua o comunicado, o detido ter-se-à dirigido a um centro comercial em Oeiras, onde foi surpreendido por dois jovens que ali se encontravam, enquanto tentava furtar uma viatura no parque de estacionamento. "Empunhando a mesma arma, o autor disparou na direcção dos jovens, tendo atingido, também mortalmente, um deles e pondo-se, de seguida, em fuga", acrescenta-se. 

O relato da PJ dá conta que, pouco tempo depois, e na sequência de um desentendimento por questões de trânsito, junto à zona das Amoreiras, em Lisboa, o detido disparou vários tiros na direcção de uma viatura que se encontrava em circulação, tendo causado, apenas, danos materiais.

"A Polícia Judiciária, ao longo deste período, através da Directoria de Lisboa e Vale do Tejo e do Laboratório de Polícia Científica, tem efectuado inúmeras diligências no sentido de comprovar a autoria dos crimes através da análise de informação criminal e dos vestígios recolhidos durante a investigação", realça a nota.

O detido vai ser presente esta sexta-feira um juiz de instrução que lhe aplicará as respectivas medidas de coacção.

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