Governo avança com extinção do fundo de pensões dos militares

Tema estava em cima da mesa desde meados de Junho e, apesar da polémica, ministério da Defesa disse que já está a legislar.

Foto
Aguiar-Branco Miguel Madeira

Apesar da polémica e dos protestos, o Governo decidiu avançar com a extinção do fundo de pensões dos militares, assegurando que a decisão é definitiva.

O tema estava em cima da mesa desde meados de Junho, com as associações do sector a acreditarem que ainda era possível um revés, diz a TSF. Contudo, na segunda-feira a secretária de Estado da Defesa, Berta Cabral, anunciou no Parlamento que a decisão já foi tomada e que se encontra neste momento a ser legislada.

A secretária de Estado falava no dia em que o ministro da Defesa foi ao Parlamento discutir o orçamento para o sector na especialidade.

O presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas, Pereira Cracel, em declarações à mesma rádio, considerou a decisão humilhante para o sector e um “veneno” para os militares.

A decisão foi explicada aos deputados e abrange também os ex-combatentes do Ultramar, pelo que Berta Cabral adiantou que haverá moldes que serão adoptados para quem agora perde o direito. O Jornal de Negócios refere que numa primeira fase será suspensa a entrada de novos beneficiários e congelada a pensão aos que já a recebem, impedindo também novos complementos. Pretende-se, ainda, compensar os que não receberam complemento para o qual estiveram a descontar.

O Governo estima que sejam 7000 a 8000 militares nesta situação e que, por isso, o valor em reembolsos represente uma despesa na ordem dos 21 milhões de euros. Depois disso, o valor anual passará a ser de 32 milhões de euros para os militares que ainda estão a receber, diminuindo progressivamente.

A notícia surge numa altura em que a Associação Nacional de Sargentos (ANS) tem convocada uma concentração de militares junto à Assembleia da República no dia 12 de Novembro, para protestar contra a “desvalorização” da condição militar e os cortes orçamentais.

O orçamento do sector da Defesa– em linha contrária à maioria – prevê uma despesa total de 2138,7 milhões de euros, representando um aumento de 6,8% face a 2013, segundo o relatório que acompanha a proposta de Orçamento do Estado para 2014.

Os aumentos surgem nos encargos com o reequipamento das Forças Armadas decorrente da Lei de Programação Militar, que passam de 162 para 200 milhões de euros. Mas também devido à inclusão de duas novas entidades no Ministério da Defesa Nacional, a Defaerloc – Locação de Aeronaves Militares, e a Defloc – Locação de Equipamento de Defesa, justificam o acréscimo de 220% verificado no subsector das EPR.

Porém, o documento aponta para uma redução de cerca de 30% do pessoal civil do sector até final de 2015, não só pelas aposentações e pela “redução das admissões”, mas também pela “utilização de mecanismos de gestão de recursos humanos recentemente criados”.

Sugerir correcção
Comentar