Embaixador angolano em Lisboa não relaciona vandalismo com relações com Portugal

Edifício da missão diplomática na Avenida da República foi atingido com pedras por "um grupo de desconhecidos" na manhã de domingo.

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Não é a primeira vez que o edifício da representação diplomática angolana em Portugal é atacado Gonçalo Santos

O embaixador de Angola em Lisboa afastou qualquer relação entre o acto de vandalismo no domingo contra o edifício da embaixada na capital portuguesa e o estado actual das relações com Portugal.

"Vamos continuar a pensar no acto como um incidente, mas devemos estar atentos para que situações do género não voltem a acontecer", disse Marcos Barrica, citado nesta segunda-feira pela agência Angop.

Recusando "tirar ilações de imediato", o diplomata acrescentou que "seria precipitado concluir que as razões do incidente têm que ver com o estado menos bom das relações com Portugal". Os serviços da embaixada vão funcionar normalmente ao mesmo tempo que decorrem as diligências por parte das autoridades policiais portuguesas, referiu.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros português condenou no domingo “os desacatos" do "grupo de desconhecidos" contra a embaixada angolana. O gabinete de Rui Machete disse, em comunicado, ter contactado o embaixador de Angola e considera que a polícia tomou "as medidas necessárias para apurar responsabilidades e reforçar a protecção e a segurança da missão diplomática angolana".

O incidente ocorreu por volta das 6h de domingo, quando ainda estava escuro. Tratou-se de um apedrejamento com pedras da calçada e ninguém tentou entrar no edifício, confirmou ao PÚBLICO o assessor de imprensa da embaixada, Estêvão Alberto.

“Foram elementos não identificados que cometeram esta barbaridade”, criticou o assessor que, no entanto, desdramatizou. “Não vamos estar aqui a especular. Não sabemos quem foi nem as razões que teve para o fazer. A polícia já esteve no local e está a investigar”, afirmou Estêvão Alberto, recusando qualquer tipo de interpretação para este acto de vandalismo.

Não é a primeira vez que o edifício da representação diplomática angolana em Portugal é atacado. O mesmo aconteceu há cerca de seis ou sete anos — Estêvão Alberto não soube precisar — e também nessa altura não se percebeu quem o fez ou as justificações.
 

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