Bombeiros pediram ao Governo que lhes dê classificação de profissão de risco

Bombeiros reuniram com Miguel macedo.

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Nova polémica entre bombeiros e a emergência médica HUGO DELGADO

A classificação da actividade de bombeiro como profissão de risco foi um dos assuntos debatidos na reunião realizada hoje, em Lisboa, entre os dirigentes das duas associações de bombeiros, voluntários e profissionais, e o ministro da Administração Interna.

A informação foi avançada à agência Lusa pelo presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP), Fernando Curto, no final de uma audiência com o ministro Miguel Macedo, solicitada no final de Setembro por este dirigente e pelo presidente da Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários (APBV), Rui Silva.

A participação das associações no Fundo Social do Bombeiro, o aumento para 300 mil euros do montante de seguro a atribuir por morte ou invalidez de bombeiros, as reformas e a classificação da profissão como de desgaste rápido e de risco foram também analisadas durante o encontro, referiu.

A reunião fora pedida depois de uma conferência de imprensa conjunta dos dois presidentes daquelas associações, realizada em Lisboa a 24 de Setembro, na qual foi distribuído um documento com as reivindicações dos bombeiros, enviado um dia depois ao ministro da Administração Interna, Miguel Macedo.

“A reunião correu muito bem, o senhor ministro ouviu tudo o que temos a dizer, sem qualquer pressa e, além de entendermos que o ministro e o secretário de Estado da Administração Interna têm feito um acompanhamento muito pormenorizado destas matérias, temos muita esperança de vermos algumas concretizadas”, disse Fernando Curto à agência Lusa.

Os dois dirigentes, hoje, alertaram ainda a tutela para a necessidade de rever os seguros para bombeiros, por considerarem “uma aberração que existam apólices de seguros que não contemplam queimaduras”, acrescentou.

A assistência médica e medicamentosa a bombeiros, a segurança e higiene no exercício da profissão, e a participação na gestão do Fundo Social do Bombeiro - sob supervisão da Autoridade Nacional de Protecção Civil - e na gestão da Escola Nacional de Bombeiros são também exigências dos bombeiros, indicou o dirigente da ANBP.

“Queremos ter os mesmos direitos que a Liga de Bombeiros Portugueses”, sublinhou.A necessidade de “alterar o recenseamento nacional de bombeiros, existente na Autoridade Nacional de Protecção Civil", foi, segundo Fernando Curto, outro dos temas debatidos na reunião, em que esteve presente o secretário de Estado da Administração Interna, Fernando Lobo d´ Ávila.

Deste registo "fazem parte 22 mil voluntários", que os representantes das associações querem "que sejam profissionais, de modo a não perderem regalias a que têm direito”.

Após a conferência de imprensa do passado dia 24 de Setembro, as associações pediram igualmente reuniões com a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, e com os diferentes grupos parlamentares.Até agora, apenas o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda e a presidente do parlamento os receberam, disse o presidente da ANBP.

Uma reunião com o grupo parlamentar do PCP está marcada para segunda-feira, dia 14, segundo o mesmo responsável.Até ao momento, porém, as associações de bombeiros continuam sem resposta dos grupos parlamentares do PS, do PPD/PSD, do CDS/PP e de Os Verdes, concluiu Fernando Curto.

 

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