O antigo primeiro-ministro belga e líder do Partido Popular Europeu, Wilfried Martens, morreu na madrugada desta quinta-feira, aos 77 anos de idade.

O jornal belga Le Soir avança que Martens morreu em sua casa, na cidade de Lokeren, e que o funeral vai realizar-se no dia 19 de Outubro, com honras de Estado.

Wilfried Martens, um dos políticos mais influentes da Bélgica e da União Europeia nas últimas décadas, foi primeiro-ministro em nove governos de coligação, entre Abril de 1979 e Abril de 1981 e depois entre Dezembro de 1981 e Março de 1992. Foi também co-fundador do Partido Popular Europeu, em 1976, a que presidia desde 1992.

O título do jornal Le Soir ilustra a importância do político no país, ao afirmar que a sua morte representa um "virar de página na história da Bélgica".

Numa primeira reacção à morte de Wilfried Martens, o actual primeiro-ministro, Elio Di Rupo, afirmou que "a Bélgica perdeu um dos seus políticos mais proeminentes". O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, destacou o "grande estadista da Bélgica, da Europa e um proeminente líder no Parlamento Europeu".

Martens reapareceu na política belga em 2008, para contribuir para a resolução da crise política que o país atravessou entre 2007 e 2011. O então rei Alberto II entregou-lhe a missão de tentar formar um novo Governo em Dezembro de 2008, após a demissão de Yves Leterme.

Foi distinguido em 1997 com o Prémio Carlos V pela sua contribuição para a União Europeia. Entre muitas outras distinções, recebeu em Portugal a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, em 1982, e a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, em 1987.