Primeiro-ministro da Líbia libertado após sequestro

Governo tinha confirmado que Ali Zeidan foi levado mas dizia que estava por esclarecer se foi uma detenção ou sequestro.

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Controlo de segurança à porta do hotel de Trípoli de onde o primeiro-ministro foi levado MAHMUD TURKIA/AFP

O primeiro-ministro líbio, Ali Zeidan, que tinha sido sequestrado na manhã desta quinta-feira por um grupo armado de ex-rebeldes e que se encontrava em paradeiro desconhecido foi entretanto libertado.

Fontes governamentais citadas pela BBC adiantaram que poucas horas após ter sido levado Ali Zeidan foi libertado, mas não deram mais informação sobre o caso.<_o3a_p>

A primeira informação sobre o desaparecimento tinha sido avançada pelo Governo daquele país, citado pela BBC, que adiantou que o incidente aconteceu num momento confuso e que ficou por esclarecer se Ali Zeidan foi mesmo sequestrado ou apenas detido.

“Foi levado por homens armados para um lugar desconhecido por razões desconhecidas”, dizia o breve comunicado governamental. O Governo já anunciou uma convocação urgente do conselho de ministros e apelou à calma dos cidadãos.

O momento foi captado pela estação televisiva Al-Arabiya. Na altura, o governante estava num hotel no centro de Trípoli, onde reside, quando um grupo de homens armados invadiu o local e o levou para parte incerta. De acordo com a BBC, um grupo de antigos rebeldes, conhecido como Centro de Operações dos Revolucionários e considerado próximo do executivo, adiantou que Ali Zeidan foi levado na sequência de uma ordem judicial, mas o Governo não confirmou estas informações. À Reuters, fontes do hotel também asseguraram tratar-se de uma detenção.

A situação na Líbia, instável desde a queda de Khadafi em Outubro de 2011, complicou-se nos últimos dias, depois de o Governo norte-americano ter realizado, no último fim-de-semana, duas operações militares fora do seu território para capturar líderes de organizações terroristas. Uma delas foi na Líbia, onde os comandos envolvidos na operação prenderam Abu Anas al-Liby, um dos principais cabecilhas da Al-Qaeda e procurado por supostamente ter feito em 1998 dois atentados contra as embaixadas norte-americanas no Quénia e Tanzânia.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, não demorou a reagir: “Esperemos que isto torne claro que os EUA nunca abandonarão os seus esforços no sentido de responsabilizar os que praticam actos de terror”. Mas Kerry não comentou a reacção do Governo líbio, que num comunicado lamentou não ter sido informado de que iria haver uma operação militar estrangeira no seu território. O comunicado diz que foram exigidas explicações ao Governo de Washington, que é acusado de “rapto de um cidadão por um comando não autorizado”.

A sua prisão gerou indignação na Líbia, em especial na cidade de Bengasi, onde os movimentos islamitas apelaram logo no sábado à noite à população para sair à rua e manifestar-se contra a América e contra o Governo de Trípoli, acusado de ser demasiado permissivo para com os americanos — e agora também acusado de não conseguir garantir a soberania do país. O primeiro-ministro interino, Ali Zeidan — que vivia exilado na Suíça quando Khadafi dirigia o país —, é acusado de ceder demasiado ao Ocidente.
 
 
 

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