Portas apela ao “consenso” com o PS para reduzir os impostos às empresas

Marques Mendes considera que não passa de “uma questão de retórica” as críticas cruzadas entre o Governo e a oposição.

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Adriano Miranda

O vice-primeiro ministro, Paulo Portas, lançou, num encontro de empresários, um apelo ao Partido Socialista (PS) para que se “abstenha de crispação” e colabore com o Governo, no programa de reforma do IRC para tornar mais competitivas as empresas portuguesas.

O repto foi lançado na abertura do trabalhos do II Fórum Empresarial do Algarve, que está decorrer até domingo em Vilamoura, e no qual participam mais de três centenas de líderes políticos e empresarias, vindos desde a China a Angola, passando pelo Brasil, EUA, Reino Unido, Marrocos e Chile. O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, na manhã deste sábado, abordará o tema “Um Portugal europeu ou um Portugal atlântico”.

A redução “progressiva” da taxa de IRC, diz Paulo Portas, só é possível “por consenso com o principal partido da oposição”. Pelo facto de o país viver em regime de “restrição orçamental não é possível baixar o IRC em dez pontos de um ano para o outro”, justificou. 

No entanto, considera que a baixa de impostos, por si só, “não é condição suficiente, mas é necessária para captar investimento”.

Após destacar a importância das exportações para o reequilíbrio das contas públicas, sublinhou o significado político da alteração das leis laborais. “Foi importante para Portugal passarmos a ter legislação mais flexível, e só pessoas muito fechadas ideologicamente é que não compreendem a importância da economia aberta.”

O ex-líder do PSD Marques Mendes, à margem do fórum promovido pelo Lide, grupo de líderes empresariais, comentou a  última avaliação da troika, sublinhando que o próximo Orçamento do Estado (OE) trará mais austeridade em cima de austeridade. “Vamos ter um OE com bastante austeridade, o mais difícil de todos.”

Porém, manifestou a opinião de que já não haverá segundo resgate, e em 2015 o OE “já será um bocadinho melhor”. Quanto ao pingue-pongue que Paulo Portas tem travado com a oposição acerca desta matéria, resume o assunto a “uma questão de retórica”, concluindo que estão ambos certos: “Paulo Portas diz que, além do que estava anunciado não há mais austeridade, isso é verdade.” Por outro lado, o que a oposição diz é que “ em cima da austeridade vamos ter mais austeridade, o que também é verdade”. E neste jogo de palavras o que é certo é que vamos “ter aumento de impostos, ou seja, vai manter-se, e vamos ter cortes na despesa do Estado, que estão anunciados desde Maio”.
 
 

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