Trabalhadores dizem que ministro “mostrou que governação da RTP está muito mal”

Comissão de Trabalhadores concorda com Poiares Maduro e diz que forma como administração é escolhida deve mudar.

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O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional defendeu que o controle sobre a RTP deve ser entregue a uma entidade “genuinamente independente” Pedro Cunha

A Comissão de Trabalhadores da RTP considera que as declarações de Poiares Maduro, defendendo que o controlo da televisão pública deve ser entregue a uma “entidade genuinamente independente” demonstram que, “para o ministro, a governação da RTP está muito mal”.

As declarações, neste domingo em Montemor-o-Velho, “demonstram que, para o ministro, a governação da RTP está muito mal, e nisso [o governante] concorda com a comissão de trabalhadores”, disse Camilo Azevedo.

Para este membro da Comissão de Trabalhadores da estação pública, “a ideia fundamental é que o estatuto da RTP tem de mudar na forma como a governança é escolhida, tem de ser independente do Governo e tem de existir um projecto para a empresa que possa acompanhar essas nomeações, ou seja, não se trata só de pessoas, é preciso também aferir o ‘know-how’ das pessoas” para o cargo.

O responsável lembrou, aliás, que a CT “sempre discordou da forma como têm sido nomeadas as administrações da RTP” e sublinhou que foi inclusivamente proposto que a nomeação da administração fosse feita pelo Parlamento, “mas de uma forma concreta, que não chegasse àquele entendimento dos países da governação, como acontece no caso da ERC”.

O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, defendeu neste domingo que o controle sobre a RTP deve ser entregue a uma entidade “genuinamente independente”, afastando os riscos de governamentalização da empresa.

“Acho muito importante que o controle sobre a empresa possa vir a estar nas mãos de uma entidade, que é percebida e entendida por todos como genuinamente independente. Isso permitirá não apenas afastar o risco de governamentalização como também permitir uma direcção mais efectiva e uma prossecução mais efectiva dos objectivos de serviço público que a televisão tem”, frisou.

Em declarações aos jornalistas, à margem das comemorações do Dia do Município de Montemor-o-Velho, Poiares Maduro afirmou que a RTP “vive sob uma suspeita permanente de risco de governamentalização” e que essa suspeita afecta a imagem da empresa estatal de televisão.

“E não apenas afecta a imagem da empresa e do serviço público para todos os portugueses mas afecta também depois, internamente, a capacidade de gestão efectiva. Porque essa gestão é sempre associada, eventualmente, a uma intromissão dos governos”, declarou Poiares Maduro.

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