Indefinição do Porto mantém Rali de Portugal no Sul

Automóvel Clube de Portugal anuncia que a edição de 2014 da prova decorrerá no Sul, face ao “comportamento da Câmara do Porto e dos seus candidatos” autárquicos.

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Edição de 2010 teve um roadshow no Porto Ricardo Castelo/NFactos/Arquivo

O Rali de Portugal de 2014 vai continuar a realizar-se no sul do país, informou nesta terça-feira o Automóvel Clube de Portugal (ACP), atribuindo a decisão ao “comportamento da Câmara do Porto e dos seus candidatos” autárquicos, exceptuando Menezes.

“O Automóvel Club de Portugal informa que a edição de 2014 do Rali de Portugal vai ter lugar no Sul do país”, indica o comunicado do ACP, assinalando que o organismo “tudo fez, faz e continuará a fazer para manter o Rali de Portugal no Campeonato do Mundo, independentemente do local onde se vier a realizar”.

O ACP observou que estuda há cerca de dois anos um percurso para o regresso do Rali de Portugal ao Norte, “em conformidade com a vontade da Federação Internacional de Automobilismo e das populações locais”, mas a ausência de um compromisso por parte da Câmara Municipal do Porto inviabilizou essa pretensão.

“A organização de uma prova desta envergadura e dos compromissos internacionais inerentes à mesma exigem responsabilidade, seriedade e vontade. Nenhum destes requisitos corresponde ao comportamento da Câmara do Porto e dos seus candidatos”, acusa o ACP.

Em Julho de 2012, o ACP enviou cartas a várias câmaras municipais do norte do país, que “responderam positivamente e comprometeram-se formalmente com a realização da prova durante três anos”, a qual teria como centro nevrálgico a cidade do Porto. “Estranha e incompreensivelmente, apenas a Câmara do Porto não respondeu à missiva do ACP. O que tratando-se do maior evento desportivo nacional realizado na actualidade adensa a perplexidade perante tal silêncio”, prossegue o documento.

Numa acção de campanha, Luis Filipe Menezes chegou a anunciar como praticamente certo o regresso do rali ao Norte, embora a Câmara do Porto tivesse então avançado ao PÚBLICO que tinha dúvidas de que tal pudesse ocorrer já na edição de 2014.

O presidente da CMP, Rui Rio, reiterou depois, no decorrer do Circuito da Boavista, que não desejava condicionar o seu sucessor com um compromisso para três anos, apesar de o ACP notar que se trata de um evento que custará no máximo 300 mil euros por ano à edilidade e traz um retorno directo em hotelaria e restauração na ordem dos 50 milhões de euros.

“Dos três candidatos com hipóteses de vitória, apenas Luis Filipe Menezes acatou todas as condições e formalizou por escrito a vontade de honrar o compromisso de ter o rali no norte”, indica o ACP, advertindo que a prova “é do país e não do Porto ou de Lisboa, como (os candidatos) Rui Moreira e Manuel Pizarro sugeriram”.

Ainda assim, o vice-presidente da Câmara do Porto, Vladimiro Feliz, já tinha assegurado “pessoalmente ao presidente do ACP que todos os candidatos autárquicos com hipóteses de vitória estavam de acordo e enviariam à autarquia as respectivas cartas de compromisso para a realização do rali”. A Câmara do Porto enviou mesmo na segunda-feira uma carta à candidatura de Luís Filipe Menezes a explicar que precisava de conhecer os patrocinadores anunciados para o evento por pretender alcançar o “consenso entre os principais candidatos” à autarquia.

A candidatura do PSD disse na quinta-feira à autarquia ter garantido financiamento privado para o Rali de Portugal voltar ao Norte entre 2014 e 2016 e na sexta-feira os candidatos independente e do PS à Câmara do Porto afirmaram que Menezes devia revelar quem eram os patrocinadores para a autarquia assinar o acordo com o ACP, algo que este já fez saber que não pretende fazer.
 
 
 
 
 

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