Suspeito da morte do soldado Rigby esteve preso no Quénia

Michael Adebolajo terá tentado entrar para a al-Shabab, Polícia prendeu três pessoas por conspiração no crime.

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Investigações ao assassínio de Lee Rigby prosseguem AFP

Um dos suspeitos do ataque em que foi morto o soldado Lee Rigby, Michael Adebolajo, esteve preso no Quénia por suspeita de tentar integrar a organização islamista somali al-Shabab, disse este domingo um representante do governo queniano à BBC. Foi deportado e as autoridades britânicas deram-lhe o apoio consular previsto, segundo o Foreign Office (o ministério dos negócios estrangeiros).

Esta revelação aumentou a pressão sobre os serviços secretos e de segurança do Reino Unido, já questionados sobre a eficácia do seu trabalho junto de indivíduos suspeitos de terem ligações terroristas. O que a opinião pública, e alguns políticos, perguntam é: teria o ataque que matou o soldado Lee Rigby , ter sido evitado?

O governo do Quénia tinha, anteriormente, negado que Adelbolajo, cidadão britânico de 28 anos, alguma vez tivesse estado no país. Mas o porta-voz Muthui Kariuki explicou agora que houve uma confusão uma vez que o auto de prisão tem outro nome.

Adebolajo foi detido juntamente com mais cinco homens e foi entregue às autoridades consulares britânicas no Quénia quando ficou provado que nascera no Reino Unido e era cidadão. Um vídeo mostrando o momento em que esteve no tribunal, após a prisão, foi divulgado e ouve-se Adebolajo dizer: "Estas pessoas estão enganadas, eu estou inocente".

Uma fonte do Parlamento de Londres confirmou à BBC que os dois suspeitos do ataque estavam referenciados nos serviços de segurança.

O soldado Rigby foi morto junto ao seu quartel em Woolwich, no sudeste de Londres, na quarta-feira por dois homens com armas brancas. Os suspeitos, Adebolajo e Michael Adebowale, de 22, disseram ter agido em retaliação pela participação do Reino Unido na morte de muçulmanos no Afeganistão e no Iraque.

No sábado, a polícia britânica deteve três suspeitos de envolvimento no assassínio do soldado. Os dois dos suspeitos de conspiração foram detidos em casa, no sudoeste de Londres. O outro foi interceptado na rua, em Greenwich. Os detidos no sábado têm 21, 24 e 28 anos. A polícia usou tasers para dominar dois deles.

Foi também anunciada no sábado a detenção, depois de uma entrevista à BBC, de um amigo de um dos autores materiais da morte de Lee Rigby. Nusabay Abu disse à estação de televisão que os serviços secretos britânicos tentaram recrutar Adebolajo, que está hospitalizado sob detenção, tal como Michael Adebowale, 22, por terem sido feridos e presos pela polícia depois do ataque ao militar.

Segundo o jornal The  Guardian, o interesse da polícia em Abu Nusaybah tem a ver com a sua ligação à organização islamista Al-Muhajiroun, fundada pelo extremista sírio Omar Bakri Mohammed, que foi banida pelo Governo britânico ao abrigo da legislação antiterrorismo. Terá sido aí que Michael Adebolajo, um cidadão britânico de ascendência nigeriana, iniciou a sua radicalização.

Na quinta-feira  tinham também sido feitas três detenções por suspeita de conspiração – de duas mulheres de 29 e 31 anos, entretanto libertadas sem terem sido acusadas, e de um homem de 29 anos, que saiu da prisão condicionalmente mas voltará a ser ouvido no âmbito das investigações.
 
 

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