PS quer saber se há mais membros do Governo envolvidos nos swaps

Socialistas vão chamar ministro das Finanças ao Parlamento.

O secretário nacional socialista, Miguel Laranjeiro, quer saber se "há ou não outros membros do Governo envolvidos" nos contratos de cobertura de risco (swaps), seja por via directa ou na "montagem destas operações", realizadas em empresas públicas.

Em declarações na sede do PS, o deputado anunciou que a bancada vai chamar ao Parlamento o ministro das Finanças, para obter esclarecimentos sobre este caso que está na origem da saída de dois secretários de Estado, Paulo Braga Lino (Defesa) e Juvenal Silva Peneda (Administração Interna).

Miguel Laranjeiro diz não conhecer o relatório da Inspecção-Geral de Finanças sobre estes contratos de alto risco que acumulam perdas potenciais de três mil milhões de euros e que tiveram a assinatura destes dois secretários de Estado quando desempenhavam funções de responsabilidade no Metro do Porto e na STCP.
 
A referência de Laranjeiro a outros membros do Governo não é infundada. O PÚBLICO divulga esta segunda-feira, na sua edição impressa, que outros dois membros do Governo também estiveram envolvidos na celebração deste tipo de contratos, mas mantêm-se no executivo: Marco António Costa e Maria Luís Albuquerque. Marco António Costa, secretário de Estado da Segurança Social, por ter sido apenas administrador não executivo da Metro do Porto. E Maria Luís Albuquerque, secretária de Estado do Tesouro, por os contratos que celebrou em nome da Refer não terem o carácter blindado dos swaps da Metro do Porto e as suas perdas serem muito menores (40 milhões de euros).
 
Em reacção à remodelação governamental em curso, que visa pelo menos substituir estes dois secretários de Estado, o dirigente socialista considera que estas alterações indicam que "o Governo é hoje um factor de profunda instabilidade". "Tomadas de posse às prestações, nunca se viu nada assim. O Governo está a desmoronar-se", afirmou. 
 
Também o Bloco de Esquerda vai requerer a presença de Vítor Gaspar, com carácter de urgência, no Parlamento, assim como de toda a documentação sobre o financiamento das empresas de transportes.

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