BE exige serviço público de rádio e TV debatido e Relvas fora de reestruturação

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O “sucesso de Martins mandou arrepios a todo o establishment da Europa”, refere a revista americano. DR

A coordenadora do BE Catarina Martins exigiu nesta sexta-feira o debate do serviço público de rádio e de televisão no Parlamento e a saída de cena do ministro com aquela tutela, Miguel Relvas, do processo de reestruturação da RTP.

"Existe uma única ideia que é cortar e cortar muito, o que passa por despedimentos. Temos esta situação completamente incompreensível de ir endividar uma empresa pública para ela ir criar desemprego. Todo o projecto que existe é fazer um empréstimo à banca para rescisões e despedimentos na RTP", disse à agência Lusa a deputada bloquista, na sede da televisão pública.

Catarina Martins reuniu-se com a plataforma de sindicatos que representa os trabalhadores da RTP, bem como com a Comissão de Trabalhadores e a administração da empresa e mostrou-se convicta de que "não há nenhum plano de reestruturação, nenhuma ideia sobre serviço público de rádio e de televisão, o que deve ser e com que recursos humanos e financeiros".

"Num primeiro momento, [Relvas] tentou privatizar. A partir do momento que se viu obrigado a adiar, tudo o que quer é conduzir a RTP para o abismo. É um corte brutal, uma angústia grande na vida dos trabalhadores e prejuízo também para os telespectadores que se vêem com informação e programação de menor qualidade", continuou.

O ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares tem uma deslocação prevista à Assembleia da República para quarta-feira, ocasião em que o BE pretende questioná-lo, entre outras matérias, sobre o anunciado plano de remodelação da estação pública de televisão.

"Não estamos aqui a dizer se ele [serviço publico de rádio e de televisão] deve ou não ser debatido. O problema é que não está a ser debatido e não há nenhuma perspectiva. É só cortar. É por isso que o ministro Miguel Relvas é o menos aconselhável para dirigir este processo, nunca quis saber do serviço público e está à vista que continua na senda da destruição da RTP", afirmou Catarina Martins.

A parlamentar bloquista criticou ainda a ideia de fusão das redacções da RTP e da Antena 1, o final do programa cultural "Onda Curta" ou a limitação da linguagem gestual aos noticiários da meia-noite, porque assim as pessoas que não ouvem "só sabem as notícias no final do dia".

A co-líder do BE apontou ainda o dedo ao ambiente de "perseguição e asfixia aos trabalhadores" da RTP, acrescentando que "este Governo não quer debater e quer simplesmente acabar com a RTP".

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